Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Mahahual e Xcalak: o remoto caribe mexicano

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h49 - Publicado em 29 jan 2012, 10h11

O jeitinho pacato de Mahahual: o Caribe continua firme e forte ao sul de Tulum / Foto: Adriana Setti

Você que conheceu Cancún, Playa del Carmen e Tulum, não teve curiosidade para saber o que havia além? Eu tive. Afinal de contas, de Tulum até a fronteira com Belize, ao sul, há mais de 200 quilômetros de costa caribenha da qual pouquíssima gente ouve falar.

Saindo de Tulum pela estrada costeira (de terra e em péssimas condições) chega-se à reserva da biosfera de Sian Ka’an, um lugar lindo para apreciar praias desertas e várias espécies de aves. Mas, de carro, só é possível chegar até Punta Allen, no coração do parque nacional. Quem quiser avançar ao sul deve contornar a área protegida em direção ao porto de Felipe Carillo. A estrada é ótima e, 230 quilômetros adiante está a pequena e pacata Mahahual — pronuncia-se “marraual”. Então você descobre por que o extremo sul do Caribe mexicano ainda não está no mapa do turismo.

 

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As águas rasas de Mahahual e a sua modesta faixa de areia / Foto: Adriana Setti

Não que o lugar não tenha o seu charme, muito pelo contrário. O problema ali é que não existe uma Praia, com P maiúsculo. Protegida por um arrecife, Mahahual tem águas rasas repletas de algas. Para os manatees (um primo do nosso peixe-boi) que vivem nas redondezas, esse ecossistema é perfeito. Mas para o bicho homem, acaba sendo um pouco incômodo nadar por ali. A faixa de areia também está longe de ser a de uma Tulum: é estreita e, muitas vezes, coberta de algas.

Calma, não desiste de Mahaual não! O lugar é bem agradável e o Caribe segue ali, firme, forte e azulíssimo. Após ter sido totalmente devastado por um furacão em 2007, o vilarejo onde vivem 400 pessoas está sendo reerguido com uma certa ciência. Quase todos os hotéis da orla são bonitinhos e seguem mais ou menos o mesmo estilo arquitetônico. Diante deles, um calçadão (el malecón) novinho em folha contribui para dar graça ao local, com alguns restaurantes bacaninhas.

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Para quem mergulha, há muito o que fazer. A cidade é o ponto mais próximo ao Banco Chinchorro, um arrecife de corais bem preservado e cheio de vida. Uma expedição de um dia, com três tanques e almoço custa US$ 190 — mas os barcos só saem com um mínimo de 6 mergulhadores e se o mar estiver calmo, algo um pouco difícil de conciliar e que não rolou nos três dias em que estive lá. Enquanto não rola Chinchorro, o povo se diverte nos arrecifes mais próximos, bastante razoáveis

E caso você consiga ficar estressado em Mahahual, Xcalak é o que provavelmente a cidade foi há uns vinte anos: 60 quilômetros ao sul (por uma estrada com buracos lunares), nem o sinal de celular chegou por lá. Xcalak também tem bons pontos de mergulho e um bom dive center, o XTC, que também pode organizar o seu transporte para San Pedro, em Belize — caso o email deles esteja funcionando direito para que você consiga agendar, o que no meu caso foi uma pequena aventura. Mas isso já é outro post.

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