O melhor de Bali: os golfinhos de Lovina
A região conhecida como Lovina fica ao norte de Bali, totalmente afastada do circuitão básico da ilha, das praias do surfe, do caos de Kuta, dos templos de Ubud.
À primeira vista, um viajante desavisado pode pensar que, apesar do certo charme de vila de pescador, aquelas areias negras como carvão não merecem o empenho da travessia da ilha. Estar ali ao amanhecer, porém, renderá (com um pouco de sorte) um dos maiores espetáculos balineses.
Lovina foi generosa comigo. O dia amanheceu espetacular. Nunca, em toda minha vida, tinha visto o mar transformar-se num espelho com tamanha perfeição. Nenhuma onda. Nenhum vento. Nenhum movimento. Apenas um lago infinito refletindo as cores do céu que mudavam de tom com a passagem dos minutos.
Às seis em ponto, eu já estava dentro de um barco (uma espécie de canoa tipicamente balinesa, com suportes laterais, que inevitavelmente lembram uma aranha) de pescador, à espera dos protagonistas. E eles não falharam.
Na medida em que aumentava intensidade dos raios de sol, os golfinhos começaram a aparecer em cardumes. Primeiro, timidamente. Depois, gloriosos, quase extravagantes: piruetas cinematográficas, saltos, coreografias.
De longe, como se não bastasse, os vulcões da ilha vizinha de Java observavam inabaláveis o espetáculo, num dos raros dias em que se desvencilham totalmente das nuvens e exibem a sua poderosa imensidão. Inesquecível.
ANOTE AÍ: os passeios para observação de golfinhos custam 4 euros (pechinchando pode sair mais barato) por pessoa. Todo e qualquer hotel organiza saídas, mas jamais aceite o primeiro preço. Na alta temporada (julho e agosto) a quantidade de barcos costuma ser um pouco indócil para os bichinhos. Se puder, evite.