Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Tudo o que você precisa saber sobre a TAL balada de Ibiza

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h14 - Publicado em 3 jan 2008, 14h01

A frase “se não guenta, por que veio?” foi inventada pelos os baianos durante o carnaval de Salvador. Mas ressurge na minha memória sempre que estou em Ibiza e ameaço abrir mão de uma noite de balada em prol de algumas horas entre os lençóis.  O que esperar de um lugar conhecido como a “ilha do diabo”? Um dia de festa de Ibiza não tem começo nem fim. Enquanto houver alguém disposto a se sacudir diante de uma caixa de som – e sempre há – a balada segue em frente e o hedonismo impera.

 Uma típica maratona de baladas pode começar, ou terminar (quem sabe?), com o pôr-do-sol mais badalado do mundo na praia do Café del Mar (foto), que fica na cidadezinha de San Antoni, no lado oposto à cidade de Ibiza propriamente dita (aquela cheia de ingleses gordos e bêbados sobre a qual falei no último post sobre Ibiza). É o ponto estratégico para brindar a chegada da noite na companhia de uma multidão animadíssima que acaba roubando o protagonismo do espetáculo da natureza. Mais famoso do que a Coca-Cola, o Café del Mar costuma alimentar muuuuitas expectativas. Daí é inevitável não se decepcionar com a pseudo praia imunda onde ele fica e a freqüência meio farofão. De qualquer maneira, vale conferir e falar que foi.

 Quem curte uma balada mais sossegada e cometeu o equívoco de ir para Ibiza ao invés das vizinhas Formentera e Menorca, também pode dar um pulo no Kumharas, que fica ali pertinho. Depois de muita martelada na cabeça, um bom Bob Marley até que vai bem.

 Em seguida, é hora de seguir rumo ao porto de Ibiza, onde rola a concentração para as mega discos. O lugar também é perfeito para descobrir qual é a festa mais interessante da noite e ficar por dentro do que acontece em cada disco. Destas informações depende o sucesso da sua noite. No último verão aconteceu uma mini-revolução na noite Ibizenca. O Space, o after mais tradicional da ilha, bombou de tal forma que arrasou a concorrência. A única que se manteve inabalável foi a Pacha, que é uma sólida instituição local, e o DC-10, que é tão underground que não perde o seu público de doidões fiéis. Mas isso não significa que as mega discos que bombavam em outros verões, Privilege, Amnesia e El Divino não tenham os seus momentos de glória. Tudo depende da festa do dia. E para saber qual vai ser A FESTA, a única solução é sair perguntando.

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 Nem perca seu tempo chegando a uma discoteca antes das duas. A pressa é desnecessária, já que a balada bomba até as oito da manhã. E na hora em que a pilha das pessoas costuma acabar em outros lugares do mundo, a festa ibizenca apenas muda de ares. Como disse no parágrafo anterior, os after hours têm estado até mais animados do que os clubs que funcionam em horário “regular”. Se você não tem tanto gás assim (errou de ilha?), vale a pena descansar durante a noite e madrugar para ir a um after. Na pior das hipóteses, será uma experiência antropológica interessante chegar sóbrio em uma selva dessas.

Não pense que termina por aí. Quando estes afters fecham as portas, já no meio da tarde, os coelhos duracell ainda testam as suas forças no Bora-Bora, em plena areia na Playa d’en Bossa (a mesma onde fica o Space). E quando dormir for inevitável, ainda é possível estar no meio do agito. Basta ver a quantidade de corpos inertes espalhados pelo chão na disputadíssima praia de Ses Salines. “Morrer na praia” é a única maneira que muitos encontram para curtir o sol.

Não se esqueça: quase todas as baladas só funcionam de junho a setembro.

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