Patagônia

Por Adrian Medeiros Atualizado em 21 out 2021, 17h37 - Publicado em 27 fev 2013, 17h37

Bem próxima do Brasil, a Patagônia é uma espécie de meca dos esportes de aventura. E, de quebra, é um dos lugares mais belos do mundo. Localizada majoritariamente na Argentina, mas também com uma pequena extensão além da fronteira com o Chile, a região deslumbra por seus cenários ora inóspitos, ora arrebatadores.

De um lado, os Andes, gigantes nevados de granito que fazem a alegria de montanhistas, esquiadores ou daqueles que simplesmente amam uma paisagem de cartão-postal. Do outro, a leste, o Oceano Atlântico, gelado por conta das correntes antárticas, mas rico em espécies marinhas, como pinguins, focas, baleias e orcas.

De cara, o primeiro aviso: é impossível conhecer a Patagônia em apenas uma viagem. Seria como explorar toda a Amazônia em apenas duas semanas. Planeje então recortes de trajetos.

Para a maioria dos brasileiros seu batismo patagônico é na estância de Bariloche, na província argentina de Rio Negro. Deslumbrante no verão, quando é possível praticar canoagem e windsurf nas águas do lago Nahuel Huapi, chama mesmo a atenção durante a temporada de esqui, de junho a setembro. De quebra, é uma das pontas das belíssima travessia do lagos andinos, que vai até Puerto Montt, no Chile.

Não muito longe dali estão San Martin de Los Andes, uma estância charmosa, e Junín de los Andes. O barato por aqui é montar a cavalo, pratica a pesca com fly ou divertir-se em longas caminhadas em trilhas montanhosas. Na região também fica o Parque Nacional Lanín, mais rústico e menos estruturado que o Nahuel Huapi, mas repleto de belas florestas de araucanias, vulcões nevados e lagos cristalinos, como o Huechulafquen.

O segundo destino recomendado é El Calafate, onde se encontra o magnífico glaciar Perito Moreno, uma das vistas mais belas da América do Sul e patrimônio da biosfera. Próximo dali, para estadias prolongadas, estão El Chaltén (terra dos picos Fitzroy e Cerro Torre) e outra maravilha da natureza, as famosas Torres del Paine, no lado chileno da fronteira. Um roteiro para estes três destinos deve ter, no mínimo, um semana e inclui alguns dos mais encantadores trekkings do mundo, com níveis que variam do leve (tomando apenas um par de horas) ou extenuantes, como os clássicos “O” e “W”.

O terceiro conjunto de atrações da região são cidades litorâneas e seus parque marítimos. Viedma, Trelew, Comodoro Rivadavia e Río Gallegos são a ponta de lança para observar baleias-francas, leões-marinhos, pinguins de magalhães e pássaros das mais variadas espécies. Do Rio Colorado, ao norte, à Estancia Monte Dinero, próxima ao Cabo Virgenes, no extremo sul, são mais de 1700 km de estradas inóspitas, mas de violenta beleza, ora sob forte chuva e ventos, ora aproveitando um céu de tons inimagináveis de azul. Puerto Madryn é um dos melhores centros logísticos da área, perfeito para poder explorar a fantástica Península Valdés. Daqui pode-se pegar um caiaque e passear bem próximo os curioso elefantes-marinhos. Outro destino recomendável é o Parque Nacional Monte León, com suas extraordinárias falésias.

O QUE FAZER

Para ver mais atrações, passeios, city tours, hotéis e dicas gastronômicas, visite as páginas e galerias de fotos de cada cidade da região:

Bariloche, Argentina

El Calafate, Argentina

Lagos Andinos, Argentina e Chile

Torres del Paine, Chile

Ushuaia, Argentina

Villa La Angostura, Argentina

COMO CHEGAR e CIRCULAR

Há vários bons aeroportos na região, com voos partindo de Buenos Aires, tanto do Aeroparque, no centro da cidade, como do terminal internacional de Ezeiza. Viedma, Bariloche, El Calafate, Puerto Madryn e Río Gallegos são algumas das melhores opções, tanto pela proximidade com as principais atrações como pela boa oferta de voos da Aerolineas Argentinas.

Para os mais aventureiros, viajar de carro (de preferência com tração 4×4) requer um pouco de experiência, bons mapas e navegadores e planejamento (há pouquíssimos postos de serviço e abastecimento). Não é nada impossível, mas cuidados são necessários para não se dar mal. Motocicilistas podem sofrer um pouco com o poderoso vento local, que pode derrubar até os pilotos mais experientes, com o clima inclemente e a pavimentação por vezes precária. A principal artéria rodoviária é a Ruta Nacional 40, que segue toda vida de Río Gallegos até Mendoza (e muito além, chegando até a Bolívia). Percorrê-la de ponta a ponta é uma aventura para toda uma vida.

Para viajar de cidade para cidade, as únicas opções são ônibus de linha ou vans compartilhadas.

O QUE LEVAR

A Patagônia é uma região onde todos os tipos de clima podem acontecer no mesmo dia. A temperatura pode cair (ou subir) vinte graus, o tempo ensolarado de repente fecha, trazendo fortes ventos e até mesmo neve (até no verão). A dica, portanto, é preparar-se levando artigos básicos: protetor solar, boné, capa de chuva, boas botas ou calçado para caminhada, óculos de sol e agasalhos.

Aproveite para fazer refeições calóricas e hidratar-se bem. Não abuse quando estiver em regiões de alta montanha (a adaptação é essencial).

ONDE FICAR

Cidades como Bariloche, Puerto Madryn e El Calafate possuem boa infraestrutura hoteleira e vários serviços, incluindo agências de viagem e boa conexão de internet. Assim, são as opções óbvias na escolha de uma base para fazer excursões.

Torres del Paine está dentro de um parque nacional, os serviços são limitados, mas as opções de hospedagem são muito boas. Já El Chaltén é um destino mais rústico, próprio para montanhistas, com lodges simples, mas confortáveis.

Para maiores detalhes sobre hotéis na região, acesse o verbete de cada cidade.

ONDE COMER

Comer bem faz parte do roteiro patagônico ideal. Isso significa saborear um bom asado de cordeiro, empaturrar-se com empanadas quentinhas, trutas frescas e provar parrillas mastodônticas. Para quem quiser experimentar algo um tanto diferente, vale provar o curanto (carnes variadas preparadas na terra, sobre pedras quentes). Para quem quiser algo menos típico, há também boa oferta de casas que oferecem pizzas, sanduíches, bufês variados e comida italiana.

Outro destaque na região são boas cartas de vinho, com rótulos chilenos e argentinos que não chegam aos mercados do exterior. Bares e cervejarias são uma boa pedida para uma confraternização ou para relaxar depois de um dia inteiro de caminhadas, assim como confortáveis e charmosos cafés que servem um chocolate quente (fumengante!) sem paralelo neste planeta.

QUANDO IR

A  melhor época para conhecer a região é durante o verão. De dezembro a fevereiro os termômetros alcançam os 20°C, mas os dias costumam ser ventosos e os passeios no Perito Moreno e nas trilhas de El Chaltén ficam mais cheios. Março e abril desafoga e o tempo segue firme. No outono, as folhas avermelhadas dos bosques deixam tudo mais encantador. A temporada de esqui em Ushuaia vai de junho a outubro; muitos dos passeios ao ar livre continuam acontecendo, mas o frio é sacrificante – melhor deixar para o verão.

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Informações ao viajante

Línguas: Espanhol

Saúde: A Patagônia é uma região com grandes contrastes climáticos. Prepare-se levando roupas de frio, contratando um bom seguro de viagem e tomando precauções sanitárias

Melhor época para visitar: O verão é a melhor época para a prática de trekking. No inverno, as atividades são a observação de baleias-francas e o esqui.

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