Moscou: passeios, hotéis, restaurantes, metrô e mais

Por Adrian Medeiros Atualizado em 12 ago 2019, 16h41 - Publicado em 26 out 2011, 17h51

Desde 2010, quando a Rússia ganhou o direito de organizar o mais popular campeonato esportivo do planeta, Moscou tomou um banho de modernidade – e isso apesar do embargo que o país sofreu por ter anexado a Crimeia (que era da Ucrânia). A crise foi brava, mas aos poucos a situação foi melhorando e o dinheiro em circulação mudou a paisagem da maior cidade russa. 

Contrastando com as Sete Irmãs, os prédios monumentais em estilo clássico sovié­tico projetados na era do líder comunista Josef Stalin, nos últimos oito anos surgiu uma dúzia de imensos e modernosos arranha-céus. Onze deles superam a altura do Hotel Ukraina, que com seus 34 andares foi um dos símbolos do período stalinista.

O epicentro dessa nova Moscou está a 4 quilômetros do Kremlim. O MIBC (Moscow International Business Center) é um ajuntamento de prédios arrojados construído no lugar de uma pedreira. Entre eles está a Evolution Tower, com 54 andares e as formas retorcidas de um DNA. Ou a OKO Tower, onde fica o Ruski, restaurante de culinária russa com vistão da área moderna da cidade. Como um símbolo de rendição ao capitalismo, lá embaixo funciona um shop­ping center, o Afimall City.

Os imensos arranha-céus do MIBC (Maxim4e4ek/iStock)

É um dos tantos templos de consumo que se multiplicaram pela cidade. No GUM, luxuoso centro comercial erguido no final do século 19 na Praça Vermelha, hoje se esbarra em marcas como Gucci, Moschino, Dior e Hermès. Na TsUM, ao lado da Praça Karl Marx, as estrelas também são as grifes de luxo. A menos de dez minutos de caminhada dali, cruzando a Praça Maneghnaya, as 160 lojas do Shop­ping Okhotny Riad lotam das 11h às 23h. E no norte da cidade, entre as estações de metrô Dinamo e Aeroport, o Aviapark Mall tem teto envidraçado, 80 restaurantes, centenas de lojas e um enorme aquário em forma de cilindro.

Os longos dias do verão russo têm as condições perfeitas para encarar uma outra cintilante novidade moscovita: o Parque Zaryadye e sua ponte em forma de V com vista panorâmica para os prédios avermelhados do Kremlin, as catedrais do Cristo Salvador e de São Basílio e para o edifício Kotelnicheskaya, o mais alto das Sete Irmãs stalinistas. O Zaryadye colocou mais 13 hectares de área verde no coração da capital. Quando o terreno estiver completamente formado, com 760 árvores e 860 mil plantas, será o pulmão verde do centro histórico – mas já tem o mérito de recuperar uma área que estava às moscas há mais de três séculos.

O Parque Zaryadye e sua ponte com vista para os ícones moscovitas (Yulia Terekhina/iStock)

O parque tem curiosidades como áreas forradas por plantas que representam quatro paisagens típicas russas – as florestas, as estepes, os pântanos e a tundra. E uma caverna de gelo feita com 70 toneladas de água mantidas congeladas por meio de um sistema de resfriamento. A imensa área de lazer também tem dois restaurantes, dois espaços para exposições e um prédio de metal e vidro que receberá a Orquestra Filarmônica de Moscou e concertos de jazz e música pop.

Comer, dançar, suar

Nesta Moscou renovada, a rua Tverskaya ainda está para os moscovitas assim como a Champs-Élysées está para os parisienses. No boulevard mais bonito da cidade, não dá para perder o food hall Eliseevskiy Gastronom, versão atualizada de um empório do século 19, com chocolates, caviar e outras delícias locais.

O Eliseevskiy Gastronom é um food hall com delícias locais – tipo caviar (Alamy/Foto Arena/Reprodução)

A região também é conhecida pelos cafés, simplesmente adorados pelos russos. Ali perto, no 12º andar do Ritz-Carlton Hotel (o melhor lugar para se hospedar), o O2 Lounge é perfeito para ouvir música e curtir a vista para o Kremlin. A apenas 13 minutos de caminhada dali, instalado em uma mansão de três andares na rua Tverskoy, restaurada para ficar idêntica à casa de um aristocrata russo dos anos 1820, o chiquérrimo Café Pushkin é um dos endereços incríveis para comer bem, 24 horas ao dia.

O chique Café Pushkin (Café Pushkin/Divulgação)

Comece com caviar negro acompanhado das famosas blinchiki, as panquecas russas. Depois, deixe-se levar pelo menu elaborado pelo chef Andrei Makhov, ex-cozinheiro de generais no Exército Vermelho e uma celebridade no país. O estrogonofe à moda da casa e o salmão com caviar, acompanhado de inkalis, espécie de raviólis, são irresistíveis. Para beber, uma legítima vodca russa, claro, indicada pelo maître. Não por acaso, a lista de clientes famosos que já jantaram ali é estrelar: o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, a supermodelo Cindy Craw­ford, os atores John Malkovich e Will Smith etc. E, claro, celebridades russas, como Vladimir Putin e a tenista Anna Kournikova.

Moscou tem noites fervidíssimas. Antigas fábricas, como a Trekhgornaya Manufaktura, foram convertidas em lugares festeiros. No que já foi uma das mais antigas tecelagens do país (fundada em 1799) hoje bombam animados clubes e restaurantes. A 20 minutos de carro dali, em uma desativada fábrica de doces, fica o Bessonitsa Club – insônia, em russo -, com música eletrônica e bela gente. Perto de lá, está o Gipsy Club, decorado com palmeiras e onde a música eletrônica russa rola solta. 

Na rua Bolshoy Zlatoustinskyper, pertinho do Kremlin, há outra instituição da noite moscovita: o Propaganda, que há duas décadas vai até às 6h da manhã. O Icon Club tem até performances com atores acrobatas. Em todas essas casas noturnas, é bom caprichar no estilo: os russos adoram fazer triagem visual, o famoso “face control”, na entrada das boates.

Noite fervida no Icon Club (Icon Club/Divulgação)

Para um programa mais tranquilo, a indicação é o 34º andar do Swiss Hotel, onde fica o City Space Bar & Lounge, que tem ótimos drinques e uma das melhores vistas da cidade. E quando a ressaca vier, no dia seguinte, há um antídoto infalível e secular: uma escaldante jornada em um banya. Típica da Rússia, é um misto de sauna finlandesa completado por um banho de água gelada. Há vários banyas espalhados pela Rússia. Mas, desde 1808, o Sandunovsky, bem no centro, é uma instituição. Esperto, seu fundador, Sila Sandunovsky, foi o primeiro a criar salas para homens e mulheres, costume mantido até hoje. Mas a grande sacada veio com os novos proprietários, que o transformaram em um palácio decorado com estátuas e colunas romanas. E o lugar virou atração.

Os clássicos

A capital russa tem um lado repaginado para mostrar, mas o símbolo master da cidade ainda é ele, o Kremlin. A fortaleza de tijolos avermelhados está no centro do poder desde o século 15. A partir dali, mandaram do rei Ivan, o Terrível, a Vladimir Putin -, passando por Lenin, Stalin, Nikita Kruschev, Leonid Brejnev, Mikhail Gorbachev, Boris Yeltsin. Com oito sedes, vários palácios e igrejas. É lá onde você verá os famosos ovos Fabergé, a coroa de Catarina, a Grande, o Orlov, quarto maior diamante do mundo, e a Tumba do Soldado Desconhecido. Há muito a descobrir no lugar. O ideal é ir várias vezes.

O Kremlin, centro do poder desde Ivan, o Terrível (Sergdid/iStock)

Ainda no Kremlin, não perca o conjunto de catedrais: da Anunciação, do Arcanjo Miguel e, claro, a coloridíssima Santo Basílio, já na Praça Vermelha. Quando estiver no centro do complexo, repare no mausoléu de granito preto, uma controvertida lembrança dos tempos da União Soviética: está ali a múmia de Vladimir Ilych, o Lenin, incluindo bigode e cavanhaque, embalsamado desde 1924. Stalin e outros líderes do período também estão enterrados ali. Assim que você sair do mausoléu (e recuperar bolsa, celular e câmera, que não entram), guarde energia para subir os 81 metros da Torre do Sino.

Por um triz, a maior igreja ortodoxa de Moscou, a Catedral de Cristo Salvador, não virou um desses edifícios grandalhões. A igreja original, construída por ordens do czar Alexandre I para celebrar a expulsão dos soldados sob comando de Napoleão, teve seus enormes domos dourados retirados e foi dinamitada sem dó. Ideia de Stalin, que tinha planos de transformá-la no Palácio dos Soviéticos, com uma estátua de Lenin no topo. O projeto foi abandonado durante a Segunda Guerra. Quando o conflito acabou, o lugar foi abandonado, até ser transformado na década de 1950 na maior piscina pública aquecida da União Soviética. Oito anos depois da queda do regime comunista, a Catedral ressurgiu, quase que em suas formas originais, bancada por US$ 210 milhões em doações.

A linda e dourada Catedral de Cristo Salvador (Benjawan Sittidech/Getty Images)

Toda viagem a Moscou tem de incluir outro endereço ilustre: o Teatro Bolshoi. A construção deslumbrante do século 18, com colunas e fachada marcada pela escultura de Apolo triunfal com seus quatro cavalos, tem muita história. Foi ali que Tchaikovsky apresentou pela primeira vez O Lago dos Cisnes – até hoje um dos clássicos da companhia de dança estabelecida no teatro, uma das mais prestigiadas do mundo. Em algumas tardes, é possível percorrer os bastidores e observar os ensaios exaustivos dos bailarinos. Há também apresentações de música clássica e ópera.

O magnífico Teatro Bolshoi (Alexander Natruskin/Glow Images)

A capital russa também tem um senhor Museu de Artes, o Pushkin, instalado em um belo edifício do começo do século. Entre seus tesouros estão relíquias de Troia, que as tropas soviéticas roubaram da Alemanha nazista, objetos de arte de palácios da Assíria, templos de Atenas, estátuas de faraós egípcios, telas renascentistas, quadros de Picasso, Gauguin e Van Gogh, entre outros mestres. No prédio anexo, há obras de artistas russos.

Pelas construções dessa área mais central de Moscou ainda é possível sentir, na fachada dos prédios, um pouco do clima dos tempos soviéticos. Mas, se quiser mergulhar mais a fundo na história do país, há museus de respeito em Moscou. Na antiga sede do Clube Inglês, o Museu de História Contemporânea expõe até pedras atiradas contra as tropas do czar, em São Petersburgo, durante a Revolução de 1905 – além de curiosos documentos, objetos e fotografias. Para ter uma ideia mais abrangente do período soviético, pegue o caminho para a região norte da cidade até o parque VDNKh, onde há uma estação homônima do metrô. Em uma área do tamanho do Principado de Mônaco, o lugar tem 250 pavilhões construídos entre 1930 e 1945 para exaltar as conquistas da União Soviética, todos abrigam exposições.

Pavilhão do imenso parque VDNKh (NickolayV/Getty Images)

É irresistível o Museu da Cosmonáutica, um obelisco com 100 metros de altura que conta os feitos dos russos na corrida espacial – do primeiro ser vivo a visitar o espaço (a cadela Laika) ao astronauta pioneiro (o russo Yuri Gagarin, em 1961). Pertinho da estação Oktyabrskaya, o Parque dos Monumentos Caídos é um jardim de esculturas que reúne cerca de 700 estátuas de Lenin, Stalin e de outros nomes do período comunista. Para aficcionados pela história da Segunda Guerra Mundial, perto da estação Partizanskaya, em Izmailovo, uma atração imperdível é o bem conservado Bunker onde Stalin despachou no final dos anos 1940.

O Bunker de Stalin (Alamy/FotoArena/Reprodução)

Escavadas no subsolo de um antigo estádio, as salas recriam o ambiente daquela época, com objetos antigos e manequins. Curiosidade: o bunker que já foi conhecido como Centro de Emergência do Comandante Supremo do Exército Vermelho é ligado ao Kremlin por cerca de 17 quilômetros de túneis, cujo acesso não é aberto ao público. Há um segundo bunker de Stalin para ser visitado, o Bunker42, no sudoeste moscovita (metrô Taganskaya, com acesso pelas linhas marrom, amarela e roxa). Ele também é decorado com objetos dos tempos da Guerra Fria, inclusive com uma réplica da primeira bomba atômica soviética. Uma das tantas aulas de história dessa cidade incrível.

Metrô #seulindo

O metrô moscovita dá um show de eficiência com suas 14 linhas e 214 estações. Algumas delas estão entre as mais lindas do mundo com colunas, candelabros e estátuas. Percorrê-las vale por um roteiro. São imperdíveis os mosaicos das estações Mayakovskaya, da Kievskaya e da Komsomolskaya e os baixos-relevos em mármore da estação Barrikadnaya. Na estação Ploshad Revolutsii, passe as mãos nas oito estátuas de metal. Dizem que dá sorte. Também são bonitas as estações Teatralnaya, Novoslobodskaya e Paveletskaya. Para respirar, termine seu périplo no metrô pela estação Park Kultury e relaxe pelas alamedas do Parque Gorky.

Estação de metrô Komsomolskaya (Reprodução/Reprodução)

Pequeno manual de sobrevivência

• Moscow Pass é um cartão que dá acesso livre a cerca de 40 museus e passeios de barco e ônibus hop-on, hop-off. Custa o equivalente a ” 27 para um dia e ” 51 para três dias. Confira a lista de atrações em moscowpass.com. Há versões do app Moscow Pass para Android e iOS, com mapas e informações sobre atrações.

• Ingressos para quase todas as atrações da cidade podem ser comprados pelo site e app Ticketland. O Bolshoi também vende ingressos online.

• In Your Pocket é um guia de restaurantes e bares distribuído em hotéis. Tem versão online. Muitos russos usam o app Afisha para reservar mesas. O Open Table também faz reservas na cidade.

• Uber funciona em Moscou, mas há apps locais com tradução para inglês, como o Yandex Taxi, Gett e o City Mobil.

• Yandex é o rival russo do Google. Tem um ótimo app com mapa de Moscou, visualização dos transportes públicos em tempo real, estações de transferência do metrô e horários de ônibus.

• Velobike é um app de aluguel de bicicletas. Mostra mapa com pontos de aluguel e permite pagamento com cartão de crédito. Ciclovias são escassas, mas existem.

• BlablaCar, app de trajetos compartilhados, tem mais horários na versão russa. Para se comunicar com o dono do carro, use o Google Translator.

• Evite o táxi: O transporte mais rápido e barato para ir e vir de Moscou para os três aeroportos da cidade (Domodedovo, Sheremetyevo e Vnukovo) é o trem Aeroexpress. Basta baixar o app em inglês e comprar os bilhetes. Custam RUB 450, se comprados com antecedência.

Opa!

A feira do Parque Izmailovsky (todos os dias, das 9h às 18h, metrô Partizanskaya) é boa e barata para comprar matrioskas e antiguidades

Arredores de Moscou

A pouco mais de três horas de viagem de Moscou, Suzdal parou no tempo. Capital da Rússia no século 12, tempos em que a atual era uma aldeia, a cidade ergueu um forte e cerca de 30 igrejas perto das margens do rio Kamenka e foi um ativo centro comercial. Até que no século 19 perdeu para a vizinha Vladimir o direito de ter uma estação da ferrovia Transiberiana. Também ficou longe da principal autoestrada da região, a M7. Nunca mais alcançou a mesma opulência, mas em compensação tem um encantador ar bucólico e as cúpulas douradas ou coloridas das igrejas.

Suzdal (Pavel Sukhov/iStock)

Destaque para a Catedral da Virgem da Natividade, com cúpula azul com estrelas amarelas, que começou a ser construída no século 13. Não perca também o Palácio do Arcebispo, o Mosteiro de São Eutímio, a Igreja de São Nicolau e o Convento da Intercessão de Maria Pokrovsky, para onde eram despachadas as mulheres dos czares que não tinham filhos homens. 

Se tiver tempo, siga para Sergiev Posad, principal centro de peregrinação da Igreja Ortodoxa Russa. A apenas 30 quilômetros ao norte, seus mosteiros e igrejas voltaram a ser populares, depois de ficar fechados no período comunista. O primeiro mosteiro foi fundado em 1340, por Sérgio de Lavra, que virou santo, foi reverenciado pelos czares e hoje voltou com tudo. A partir de Moscou, dá para ir de trem até Vladimir – tomar um ônibus rumo a Suzdal, voltar e tomar novo transporte público para Sergiev Posad. Mas a melhor alternativa será alugar um carro para fazer a viagem.

Guia VT

Ficar

Opção cinco-estrelas para quem visita Moscou, o Ritz-Carlton tem uma das melhores vistas para o Kremlin. Próximo do classicão mais visitado do país está também o Eden, a 20 minutos a pé da Praça Vermelha. Na chique e tradicional rua Tverskaya, o Tverskaya 12 é econômico. Nos arredores do midscale Vremena Goda, a 1 km da Praça Maneghnaya e do Shopping Okhotny Riad, estão algumas estações de metrô, museus e construções históricas. Parte do grandioso e moderno MIBC (Moscow International Business Center), o Novotel reflete a renovação da arquitetura russa.

O Ritz-Carlton tem vista para as cúpulas do Kremlin (Ritz-Carlton/Divulgação)

A pouco mais de três horas da capital, o midscale Veliy Hotel, na bucólica Suzdal, garante conforto para os visitantes que optaram por explorar as igrejas e os mosteiros da cidade.

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Quando ir

O verão tem temperaturas amenas e dias longos (de junho a agosto). O inverno (de novembro a março) é para os fortes.

Dinheiro

O rublo russo. Cartões de crédito são amplamente aceitos.

Língua

A russa, mas é fácil encontrar quem fale inglês.

Comunicação

Nos dois aeroportos internacionais – Domodedovo e Scheremetyevo – há balcões da MTS, MegaFon e BeeLine, que têm chips pré-pagos, válidos por uma semana. O serviço Brasil Direto (embratel.com.br) permite ligações a cobrar da Rússia pelo 81080020971049.

Fuso

+ 6h

Documentos

Brasileiros só precisam de passaporte válido por seis meses para permanência de até 90 dias.   

Por Fernando Valeika de Barros

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Informações ao viajante

Línguas: russo

Saúde: Exige certificado internacional de vacinação contra febre amarela

Melhor época para visitar: De setembro a dezembro, no outono, as temperaturas não estão tão baixas, as cidades ficam mais tranquilas e as árvores ganham um tom amarelo-avermelhado.

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