Versailles (Palácio de Versalhes)

Por Da Redação 24 set 2011, 11h34

Quando a cineasta Sofia Coppola quis filmar sua versão da história de Maria Antonieta, não abriu mão de que a locação fosse o próprio Palácio de Versalhes, o highlight da cidade de mesmo nome localizada a 35 minutos de trem de Paris, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco há mais de três décadas. Afinal, fazia muito mais sentido relatar a vida de excessos da famosa rainha exatamente no lugar que ela transformou em seu parque de diversões particular, e de onde foi arrancada antes de ser decapitada durante a Revolução Francesa.

Maior e mais célebre palácio da França, Versalhes é o retrato ao mesmo tempo dos exageros delirantes e do requinte extremo da nobreza que mandou no país durante séculos. Também personifica o tamanho do ego de Luís XIV, que em 1682 instalou lá o governo e uma corte de aproximadamente 6 mil pessoas. Louco por luxo, contratou os melhores profissionais de cada área – entre eles o paisagista André Lê Nôtre, responsável pelos imbatíveis jardins do lugar – para que o palácio representasse não só a melhor estética clássica da França, mas também toda a sofisticação de seus mandatários. A visita de um dia a Versalhes pode facilmente incluir as outras atrações da cidade, como a Catedral de Saint Louis, mas não se culpe se quiser passar todas as horas que reservou apreciando os afrescos ou a decoração dos espaços internos do palácio. Ou entre os canais, fontes e jardins que o cercam.

O QUE VER

São três seções básicas, todas bem distintas: o palácio de Versalhes em si, os jardins e as propriedades ligadas à Maria Antonieta, a rainha de origem austríaca que foi para a guilhotina: o Grand Trianon, o Petit Trianon e sua casa campestre. Reserve um dia inteiro para conhecer os três, com várias paradas para tomar um café, apreciar os panoramas e fazer uma refeição.

O PALÁCIO

O edifício principal, que, em sua origem, era uma simples cabana de caça, tornou-se referência para todas as cortes europeias. Luis XIV incunbiu seu arquiteto-chefe, Louis Le Vau, a tarefa de fazer um palácio de campo, mais arejado e faustoso que os de Paris. Ele foi seguido por Jules Hardouin-Mansart, o projetista das alas norte e sul e da bela Sala dos Espelhos, provavelmente o cômodo mais luxuoso de toda a propriedade, palco de festas nababescas que duravam dias.

Um tour com audioguia passará por esta galeria, onde foi assinado o tratado que pôs termos finais à I Grande Guerra, o Tratado de Versalhes de 1919. Outras áreas no trajeto são os aposentos reais, a bela Capela Real, a belicosa Galeria das Batalhas (com pinturas gigantes retratando momentos-chave da história da França, de Poitiers aos feitos de Napoleão) e um sem fim de quartos e salões ricamente decorados com quadros, esculturas, bustos, tapeçarias e móveis finamente acabados.

OS JARDINS

André Le Nôtre não mediu esforços (nem poupou o tesouro nacional) em seu projeto paisagístico. O resultado é que para muitos esta é a parte mais agradável do passeio. Motivos é que não faltam: fontes, estátuas, labirintos de sebes, jardins floridos, espelhos d’água e um grande tanque — o Grand Canal, onde os monarcas reproduziam batalhas e desfiles navais — formam um conjunto colossal. É possível alugar um barquinho e remar por ali.

Faça um pit-stop nas lanchonetes e restaurantes espalhados por esta ampla área.

O GRAND TRIANON E OS DOMÍNIOS DE MARIA ANTONIETA

Maria Antonieta criou uma corte paralela ao de Luis XVI, promovendo peças teatrais, concertos e festas no palacete Petit Trianon, localizado ao norte de Versalhes. Seus gostos e acompanhantes favoritos eram impostos neste refúgio, onde ela chegou inclusive a erguer uma casa campestre onde a ingênua rainha pretendia criar uma atmosfera bucólica. Ao seu redor ficam belos jardins, bosques e até um “Templo do Amor”.

A uma curta distância fica outra mansão, o Grand Trianon, um palácio de tons rosados e piso xadrez onde Luis XIV poderia ter momentos de maior privacidade com sua amante, Madame de Montespan.

Como Chegar

Se não vier a Versalhes em uma excursão, há um conveniente serviço de trem RER vindo do centro de Paris, a linha amarela C que passa pela margem esquerda do rio Sena até a estação Versailles – Château- Rive Gauche. Dali são 10 minutos a pé até a entrada do palácio.

Como Circular

O parque do Château de Versailles é muito, muito grande. Se for visitar as propriedades de Maria Antonieta e decidir fazê-lo a pé, uma hora você com certeza vai exaurir suas energias e se arrepender por não ter embarcado nos trenzinhos que ligam os palácios entre si (adultos, €6,90). Outras opções são bicicletas alugadas e um carrinho elétrico (€30 a hora).

Ingressos

Há duas filas para entrar aqui: uma para comprar o ingresso e outra para entrar no château, lenta tanto pela multidão como pelos procedimentos de segurança. Para driblar parte deste pequeno estorvo, cheque Horários de Pico abaixo.

Você pode comprar os ingressos no site oficial, mas somente para os preços cheios para adultos. Se viaja com crianças do palácio ou mesmo em Paris há agências que vendem as entradas mediante pequena comissão.

O acesso a Versalhes é livre para os portadores do Paris Museum Pass (parismuseumpass.com), com exceção aos shows noturnos e concertos.

De março a outubro acontecem shows musicais nas águas das fontes aos sábados, domingos e alguns dias adicionais. Há também divertidos shows noturnos e outros eventos especiais, com ingressos cobrados à parte Cheque a programação no site oficial.

Horários de Pico

Na alta estação, de maio a setembro, evite visitar o parque aos fins de semana e na terça-feira de manhã. Vale a pena tentar chegar bem cedo, antes das 10h, de quarta a sexta, ou depois das 15h desses mesmos dias. Se mesmo assim for encarar o perrengue, tente chegar o mais cedo possível, antes dos ônibus de excursão ou comece a visita pelos palácios do Trianon.

A baixa estação é um pouco mais tranquila.

Onde Comer

Há um bom número de lanchonetes e restaurantes dentro do perímetro de Versalhes. Dentro do palácio está o elegante Salon de Thé Angelina. Nos jardins, não muito distante da fonte Latone, está a Brasserie de la Girandole, ideal para refeições rápidas ao ar livre. Próximas ao Grand Canal estão outras duas opções, o La Flottille e o La Petite Venise. Outras alternativas são carrinhos que vendem salgados e bebidas.

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