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Roteiro: um fim de semana perfeito em Gramado e Canela

O melhor dos dois destinos mais charmosos da Serra Gaúcha

Por Fernando Leite
Atualizado em 16 out 2023, 12h36 - Publicado em 22 jun 2012, 19h12

Atualizado em fevereiro de 2019

Destino serrano bom é aquele que não depende exclusivamente do frio para viver sempre cheio. Gramado faz parte dessa estirpe. Menos populosa que as “rivais” Campos do Jordão (SP) e Petrópolis (RJ), a cidade encanta não somente pombinhos apaixonados, mas também famílias que, ao ultrapassar os pórticos de entrada, tiram a primeira e tradicional foto de Gramado.

O destaque da vizinha Canela está nas construções bávaras que recheiam as principias avenidas – Hortênsias e Borges de Medeiros.

Bolamos um roteiro para um fim de semana com o essencial para aproveitar a cidade de Gramado e ainda dar um pulo na charmosa Canela.

DIA 1 – Gramado: Lago Negro, Minimundo, Cristais e fondue

Manter o peso em Gramado é tarefa que nem Ethan Hunt, o agente secreto interpretado por Tom Cruise em Missão Impossível, conseguiria cumprir. A orgia calórica começa no café da manhã. Por mais simples que seja o hotel ou a pousada, o desjejum assume ares de mini-café colonial, com itens a encher a barriga de qualquer um.

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Nada como uma boa caminhada para servir de antídoto. Melhor ainda se for em volta do romântico Lago Negro. Ladeado por pinheiros provenientes da germânica Floresta Negra, o lago tem uma curiosa peculiaridade: em nenhum ponto, conseguimos observá-lo por inteiro, deixando a impressão de ser maior do que realmente é.

O carinho e dedicação de um avô por seus netos rendeu uma das atrações mais inusitadas e queridas de Gramado, a agradar adultos e crianças: o Mini Mundo, uma cidade em miniatura, onde castelos, aeroportos, prefeituras, igrejas e outras tantas construções foram reduzidas em 24 vezes do seu tamanho original.

Para dar vida à maquete, 2 500 habitantes miniaturizados participam da cena. Reserve ao menos uma hora para contemplar as construções e se ater aos minuciosos detalhes das mais diversas cidades do mundo.

Mini Mundo em Gramado, Rio Grande do sul
A ideia do Mini Mundo em Gramado (RS) originou-se do carinho de Otto Höppner por seus netos (Leonid-Streliaev/Divulgação)

Concluído o período matinal, hora de pensar no almoço. Filial da premiadíssima galeteria de Bento Gonçalves, o Casa di Paolo é certeza de boa e muita comida. A saborosa sopa de capeletti, o galetinho bem crocante, o queijo à dorê bem derretido e as massas caseiras circulam à vontade pelas mesas.

A fábrica Cristais de Gramado é um programão para a família. Usando a mesma técnica criada na ilha italiana de Murano, os objetos coloridos expostos no show room fazem coçar as carteiras dos adultos. Enquanto isso, a criançada se agita observando a confecção das peças.

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A noite chega e é quase inevitável a associação com fondue. Ninguém sai de Gramado sem tê-la provado ao menos uma vez. Pela cidade, o que mais se vê são faixas anunciando rodízios do prato predileto dos casais. Carne, queijo, chocolate e, pasmem, até truta está dentro do esquema.

Aqui vale uma regrinha básica: quanto mais barato, pior é a qualidade dos ingredientes – que inclusive costumam fugir da receita clássica. Se você quiser gastar mais e comer uma fondue dos deuses, os restaurantes Belle du Valais e Le Petit Clos são endereços certos, combinando aconchego, romantismo e esmero na finalização dos pratos.

Belle du Valais, Gramado, Rio Grande do Sul
O restaurante Belle du Valais é uma das opções certeiras para provar uma fondue em Gramado, Rio Grande do Sul (Felipe Ramalho/Divulgação)

DIA 2 – Canela: Cascata do Caracol, Alpen Park, Harley Motor Show e chocolates

Acorde cedinho para o desjejum, pois hoje o dia será bem intenso, explorando o que Canela tem de melhor e retornando pela avenida que liga os dois municípios – não faltarão atrações bacanas nos meros sete quilômetros da via.

Se o dia estiver com o sol claro, dê uma paradinha no Mirante do Vale do Quilombo para contemplar a vista que inspirará sua manhã.

Prossiga pela Avenida das Hortênsias até o trevo de Canela, entrando à esquerda da Estrada do Caracol, que vai até justamente a maior e mais famosa queda d’água gaúcha – a Cascata do Caracol e seus imponentes 131 metros de desnível.

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Um mirante e um elevador panorâmico garantem a melhor foto, mas os mais audazes – e bem-preparados fisicamente – podem descer a escadaria de 750 degraus até a base. Lembrete importante: leva-se em média 40 minutos para subir de volta.

A Cascata do Caracol, Parque Caracol em Canela, Rio Grande do Sul
A Cascata do Caracol, localizada no parque homônimo, é uma das principais atrações de Canela (RS) (Marcelo Curia/Dedoc Abril)

Retornando ao Centro de Canela, no meio da estrada há um castelinho que naturalmente chamaria a atenção.  Saiba que dentro do Castelinho Caracol é servido um fantástico apfelstrudel (torta de maçã) que recebe a companhia de um inesquecível creme de nata.

Inesquecível também será a descida de trenó, uma das atividades existentes no Alpen Park, no outro lado da cidade. Individual ou em dupla, a descida de 900 metros proporciona momentos de muita diversão. O frio na barriga inicial vira vontade de quero mais na segunda curva do passeio.

Uma paradinha para um almoço rápido no Centro de Canela. Quase em frente à Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes, a popular Catedral de Pedra, o Empório Canela serve sanduíches, massas e cafés. Enquanto espera, que tal pegar um livro na prateleira?

O caminho de volta a Gramado leva alguns poucos quilômetros, mas tem tanta coisa no meio do caminho que a tarde será curta. Não falamos ainda do famoso chocolate gramadense. Chegou a hora. Caracol, Florybal e Prawer – três das gigantes de Gramado – possuem loja e fábrica aberta à visitação na avenida.

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Chocolate da Florybal, Gramado, Rio Grande do Sul
Chocolates da Florybal, uma das melhores marcas de Gramado (Divulgação/Divulgação)

A sequência que vem agora leva à loucura qualquer ser humano que goste um pouquinho de veículos motorizados – tudo num raio de menos de dois quilômetros. Anexo ao apenas razoável Dreamland Museu de Cera, o Harley Motor Show exibe uma respeitável coleção de motos da marca norte-americana.

A joia da coroa é o modelo Knucklehead 1946, imortalizado na película Sem Destino (1969). Dentro do museu funciona um bar com o rock correndo solto – repare nas pias do banheiro, feita com o funil usado para trocar óleo.

Ferrari, Porsche, Lamborghini, Rolls-Royce: veículos em exibição nos dois andares do Super Carros. Exibição apenas não, o grande lance aqui é dar uma voltinha em alguns dos 30 modelos – de carona ou guiando as máquinas. Mas prepare-se para abrir a carteira.

Fachada do Super Carros, Gramado, Rio Grande do Sul
Fachada do Super Carros, Gramado, Rio Grande do Sul (Super Carros/Divulgação)

Embalada pelos hits de Elvis Presley, Chuck Berry, Bill Halley e toda trupe que escandalizou os anos 1950, a visita ao Hollywood Dream Cars fica mais harmonizada. Nada como caminhar ao som dos ídolos do rock’n roll enquanto curte uma profusão de Cadillacs rabos-de-peixe e outros vários veículos que fizeram sucesso entre os anos 1930 e 70.

Depois de um dia intenso, é hora de relaxar na iluminada noite gramadense. Cheque as lojas da Avenida Borges de Medeiros e garanta um lugar no burburinho da Rua Coberta – um calçadão de 100 metros da rua Madre Verônica, com teto de vidro e ladeado por trepadeiras.

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Cafés e restaurantes montam mesinhas no meio do calçadão, que fica de frente ao Palácio dos Festivais, sede do importante evento cinematográfico. É só sentar e pedir um caldo acompanhado de um vinho da Serra Gaúcha. Terminar o dia, comendo, em Gramado: faz todo o sentido.

Rua coberta, Gramado
A rua coberta, em Gramado: reservada apenas para pedestres, é perfeita para ver e ser visto (e também sentar-se em um dos cafés) (Divulgação/Divulgação)

Se você tiver mais dias livres:

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