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Compras por quem compra

Turistas do Bom Retiro, da 25 de Março e da Oscar Freire revelam suas lojas preferidas e dão dicas para você brilhar com as sacolas

Por Marina Mantovanini
Atualizado em 19 jul 2017, 17h41 - Publicado em 16 nov 2011, 16h10

Das lojas-conceito da Oscar Freire aos achados fashion do Bom Retiro, São Paulo abriga polos de compras com identidades muito particulares. Na região da 25 de Março, o paraíso nacional dos sacoleiros, a diversidade de produtos aliada aos preços camaradas atrai um formigueiro humano que, às vésperas do Natal, ultrapassa 1 milhão de pessoas por dia. Segundo a SPTuris, dos 11 milhões de visitantes que vêm à capital anualmente, 21,5% compram pelo menos alguma coisinha. Parte desse público retorna às lojas da cidade várias vezes ao ano,  descobrindo atalhos que o próprio paulistano desconhece. E são esses turistas  que revelam à VT, em meio ao corre-corre das compras, o que encontram de mais interessante nas araras e prateleiras do Bom retiro, da “25” e da Oscar Freire.

Oscar Freire

Marcas de luxo, grifes de alta costura, lojas-conceito. Raros lugares no Brasil concentram endereços tão caros e exclusivos como a Rua Oscar Freire, nos Jardins. Mineira de Primavera do Leste, Suellen Machado vai sempre às largas calçadas da Oscar para fazer comprinhas e pesquisar tendências. Seu roteiro costuma incluir a H. Stern (Rua Oscar Freire, 652, 3068-8082; 2ª/6ª 10h/20h, sáb 10h/18h; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V), joalheira que ela indica às amigas quando visitam São Paulo. “Só a loja daqui tem um mezanino com peças de coleções passadas”, diz. Ali, um anel de ouro com citrino e rubelita sai por R$ 9 550, 30% a menos que os R$ 13 640 originais. Entre os sapatos, o endereço queridinho de Suellen é a flagship da Schutz (Rua Oscar Freire, 944, 4508-1499; 2ª/sáb 10h/20h, dom 10h/18h; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V). “Gosto do estilo antenado da marca, e esta loja sempre traz a coleção completa.”

Frequentadora da Oscar Freire há 17 anos, a curitibana Valéria de Macedo revela o seu maior achado. “Dentro do Mercadinho Chic (Rua Oscar Freire, 720, 3088-2348; 4ª/sáb 12h/20h, dom 11h/ 19h) fica o estande de Cauê Macedo, um designer de joias que faz lindos anéis de prata e ouro com madeira e pedrarias”, conta. Da lavra de Cauê, um anel banhado a ouro com uma pedra de brilhante custa cerca de R$ 600. Na Carmen Steffens (Rua Oscar Freire, 953, 3061-3602; 2ª/sáb 10h/20h, dom 13h/19h; Cc: A, D, M, V), Valéria encontra mais objetos de desejo. “Os sapatos (desde R$ 199) são modernos, confortáveis e bem altos, eu adoro. E a loja daqui ainda tem uma prateleira só de bolsas em promoção (desde R$ 350)”, avisa.

Entre as consumidoras mais jovens, como a estudante Ana Paula Limonge, paulista de Arujá, a moderninha Pop-Up 284 (Rua Oscar Freire, 978, 3081-3633; 2ª /sáb 10h/20h, dom 13h/19h; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V) é quase unanimidade. “Gosto das camisetas, dos vestidos e dos casacos, que são mais trend”, diz Ana Paula enquanto confere o preço de uma t-shirt, vendida a R$ 59. Adepta das peças de alfaiataria e dos cortes mais tradicionais, a paulista Bianca Lemos, de Taubaté, encontra seu estilo na Huis Clos (Rua Oscar Freire, 1105, 3062-0140; 2ª/6ª 10h/20h, sáb 10h/19h; Cc: A, D, M, V) e na Maria Bonita (Rua Oscar Freire, 702, 3068-6500; 2ª/6ª 10h/20h, sáb 10h/18h; Cc: A, D, M, V), dois endereços top of mind da Oscar.

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25 de Março

Se Newton, o da maçã, conhecesse a Rua 25 de Março, certamente reveria seu postulado de que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Muito movimentada, a via hors-concours dos sacoleiros na capital junta pessoas quarteirões a fio. A recompensa ao adentrar esse universo denso e caótico é encontrar uma enorme variedade de lojas e artigos, de réplicas de joias a tecidos e linhas, tudo a preços bem abaixo do mercado.

Pela terceira vez na 25, a catarinense Bruna Rocha, de Porto Belo, veio a são Paulo para abastecer o comércio que tem em sociedade com a mãe. “As bijuterias com strass da San Sin Bijoux (Rua 25 de Março, 641,3311-7939; 2ª/6ª 9h/17h30, sáb 9h/13h) é resistente, tem um brilho bonito e custa baratinho, só compro aqui”, diz. Quanto às flores artificiais, mãe e filha recomendam a Tuti (Rua Comendador Afonso Kherlakian, 166, 3228-6340; 2ª/6ª 8h/17h30, sáb 9h/13h30; Cc: A, D, M, V), da qual destacam a diversidade de produtos.

Enquanto lojistas e revendedores correm para cumprir o cronograma de compras, turistas sem compromisso caminham na boa à procura de ofertas. As amigas Márcia Crivellar e Monica Couto, de Beagá, frequentam a região quatro vezes ao ano. Na Jamil Perfumaria (Rua 25 de Março, 803, 3228-3369; 2ª/6ª 8h/18h, sáb 8h/15h; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V), elas renovam o estoque de toilette. “Tem várias marcas nacionais e importadas de xampus, cremes, esmaltes…”, conta Monica. Para as bijuterias, as amigas elegem a Criativa (Rua 25 de Março, 679, 3311-6467; 2ª/6ª 7h30/17h30, sáb 7h30/14h30; Cd: V), que vende peças clássicas e elegantes, ao estilo da dupla.

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Catarinense da cidade de Sombio, a estilista Auérica Rodrigues vai à 25 para comprar aviamentos na Comarkim (Rua Carlos de Souza Nazaré, 321, 3229-9911; 2ª/6ª 7h/18h, sáb 7h/12h; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V). “Alguns artigos de lá, como as pedrarias e o strass, têm boa qualidade”, diz. Já a gaúcha Marlene Vonahn, que viaja desde Camaquã para levar encomendas às amigas e aumentar a renda da família, indica a 4 Estações (Rua 25 de Março, 905, 3328-8800; 2ª/5ª 8h/18h, 6ª 8h/17h, sáb 9h/13h; Cc: A, D, M, V). “É ótima para produtos como contas, lantejoulas e facetados”.

Bom Retiro

As vitrines montadas à la Jardins chamam a atenção de quem caminha pelas ruas do bairro. A cada troca de coleção, os mostruários reafirmam a melhoria da qualidade das peças, vendidas ali a preços abaixo da média. Há dez anos, a microempresária Luciana Mafa percorre o Bom Retiro para abastecer sua loja em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. De tanto garimpar, descobriu a marca As Marias (Rua Ribeiro de Lima, 681, 3225-9717; 2ª/5ª 8h/18h, 6ª 8h/17h; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V). “Eles têm peças mais arrojadas, cheias de assimetrias e bem autênticas”, diz. Ali, um vestido curto transado custa R$ 95, mas só compradores com CNPJ podem adquirir no endereço. Estilosa em seu macacão azul, a catarinense também vai muito à AHA (Rua Aimorés, 228, 3221-0107; 2ª/5ª 8h/18h, 6ª 7h15/17h; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V), que só vende acima de 12 peças. “As roupas daqui são bem cortadas e exibem estampas diferentes”, revela Luciana.

Com duas décadas de Bom Retiro, a dona de casa Silvana Cionek, paranaense de Goioerê, é fã das galerias, como a Nova José Paulino (Rua José Paulino, 345, 2ª/6ª 8h/17h30, sáb 9h/13h). “Dá para encontrar roupas boas e baratas, às vezes de promissores estilistas”, diz. No comércio de rua, ela destaca a loja de aviamentos Wino (Rua da Graça, 504, 3337-0184; 2ª/6ª 8h/18h, sáb 8h/13h; Cc: D, M; Cd: M, R). “Adoro uns coletes de renda que eles têm aqui, sempre levo para tingir e vender”, conta Silvana, que paga R$ 18 cada colete.

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Desde que atua em uma rede de lojas da capital maranhense, Valdenise Moraes vem ao Bom Retiro escolher peças para os clientes. A Pink Shine (Rua dos Aimorés, 277, 3331-9310; 2ª/5ª 7h30/17h30, 6ª 7h30/16h30; Cc: A, D, M, V), que só atende revendedores, é uma de suas paradas. “Os vestidos são modernos e têm ótimo acabamento”, justifica.

Sob medida para o atacado, o Bom Retiro tem suas contraindicações no varejo. Muitas lojas não vendem quantidade inferior a uma dúzia de peças, nem sempre os estabelecimentos fazem troca de mercadorias e a falta de provadores é regra, salvo em lugares como a P.A. Concept (Rua José Paulino, 734, 3224-0555; 2ª/6ª 8h/17h30, sáb 8h/15h30; Cc: A, D, M, V). “Além de você poder experimentar as roupas da coleção, há uma área só com promoções”, conta Iracema Polli, paranaense de Pato Branco, escolada no bairro.

Sem misto com pingado

Lugares para comer bem e não perder tempo

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No Bom Retiro, vão bem os pratos rápidos do Bistrô da Sara (Rua da Graça, 32, 3362-1725; Cc: M, V) e o bufê do Boa Mesa (Rua Correia de Melo, 80, 3361-2699; Cc: A, D, M, V), a R$ 40 o quilo. No mesmo bairro, o restaurante Acrópoles (Rua da Graça, 364, 3223-4386; Cc: A, D, M, V) é ótima opção para uma refeição grega, servida em bufê. Seu mussaká (camadas de berinjela, batata e carne moída; R$ 28) é o melhor da cidade. Perto dali, no Falafel Malka (Rua José Paulino, 345, loja 21-A, 3222-2157), os bolinhos de fava com grão-de-bico são crocantes e acompanham bem o pão sírio (R$ 10). Na região da Oscar Freire, o Ráscal (Alameda Santos, 870, Jardins, 3141-0692; Cc: A, D, M, V) está na boca dos turistas, que pagam R$ 55 pelo bufê de massas e saladas. Na própria Oscar, o árabe Almanara (nº 523, 3085-6916; Cc: A, D, M, V) prepara receitas rápidas e com boa relação custo/benefício. E, na região da 25 de Março, todo mundo ruma para o Mercado Municipal (Rua da Cantareira, 306, Sé, 3313-3365), onde o pastel de bacalhau (R$ 12) do Hocca Bar (3227-6938; Cc: A, D, M, V) e o sanduíche de mortadela (R$ 10) do Bar do Mané (3228-2141; Cc: A, D, M, V) valem por uma refeição. Mais rápido e mais perto, só as esfihas e linguiças sírias do Jacob (Rua Comendador Abdo Shahin, 144, 3227-5536), aberto em 1955.

As campeãs de público

Conheça as lojas que viraram ícones dos turistas

Lembradas pelas barganhas, pela variedade de produtos ou pelo estilo, alguns endereços da 25, do Bom Retiro e da Oscar Freire moram no coração dos turistas. Na Armarinhos Fernando (Rua 25 de Março, 864, 3325-0400; 2ª/6ª 7h/19h, sáb 7h/17h, dom 8h/14h; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V), “segunda casa” da produtora de eventos curitibana Marcela da Costa, a diversidade de artigos – de passamanarias a bonecos Marvel – faz tanto sucesso quanto os preços. No Bom Retiro, a Bonequinha de Luxo (Rua Aimoré, 37, 3225-9008; 2ª/6ª 7h/17h30) causa com “acessórios e roupas de vanguarda”, diz a dona de casa Silvana Cioner. E a carioca Osklen (Rua Oscar Freire, 645, 3083-7977; 2ª/sáb 10h/20h, dom 12h/18h; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V), marca queridinha de chiques e descolados, segue como um hit dos Jardins. “Nunca venho a São Paulo sem conferir as novidades da loja”, diz Bianca Lemos, de Taubaté.

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Novembro de 2011 – Edição 193

 

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