Continua após publicidade

Onde o mar se esconde

Praias quase desertas no Litoral Norte de São Paulo: selecionamos dez praias que valem o difícil acesso; por mar ou por terra

Por Camilla Mota
Atualizado em 14 dez 2016, 11h59 - Publicado em 15 set 2011, 19h52

O Litoral Norte paulista ainda guarda praias que estão fora do radar dos 800 mil carros que descem a serra nos feriados. Acessíveis apenas a quem chega de barco, de 4×4 ou a pé por trilhas, elas estão relativamente isoladas. A seguir, dez refúgios em Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba que têm águas claras, muito verde e até mariscada fresca servida na areia.

ILHABELA

Bonete

Para escapar dos beach clubs e da região do canal, em que desembarcam balsas vindas de São Sebastião, principal acesso a Ilhabela, há alguns cantinhos especiais, como o Bonete. Tranquila, rústica e com uma infraestrutura, digamos, despretensiosa (são poucas pousadas e nem todas com energia elétrica), a praia tem 800 metros de extensão, boas ondas para surfe, mar azul limpinho e o Rio Nema, que deságua no canto esquerdo.

Como chegar: de lancha pela Maremar (12/3896-1418; R$ 150) levam-se 30 minutos a partir da Praia do Perequê; de barco, quase 1h. Quem tem pique e 4h disponíveis pode optar pela bela porém difícil trilha que sai da Ponta da Sepituba (onde há um estacionamento). É bom ir acompanhado de um guia. Na Caiçara Turismo (12/3896-4019) sai por R$ 60.

Castelhanos

Também queridinha dos surfistas, essa praia preservada, quase selvagem, tem atributos além das boas ondas. Quem chega dá de cara com um mar de águas claras e uma faixa de areia comprida, de 1,5 quilômetro, limitada por uma lagoa no canto direito e pelo Rio Castelhanos no lado oposto. Ali começa a trilha para a Cachoeira do Gato (40 minutos de caminhada fácil).

Como chegar: apartir da Praia do Perequê, que tem a melhor infra da ilha, pode-se chegar a Castelhanos por mar ou por terra. De lancha leva 2h; de jipe, 1h pela estrada que corta o Parque Estadual de Ilhabela e é cobiçada pela turma do 4×4. Na Maremar (12/3896-1418) sai por R$ 150.

Saco do Eustáquio

A composição é matadora: o mar é tranquilo, cor de esmeralda e cristalino; a praia, pequena e isolada por uma densa floresta de Mata Atlântica. Para completar, uma das três famílias caiçaras que dividem os 90 metros de faixa de areia serve frutos do mar.

Continua após a publicidade

Como chegar: o acesso mais fácil é pelo mar, já que o Eustáquio é escala de grande parte dos passeios de barco que exploram a costa leste da ilha. Na Maremar (12/3896-1418), por R$ 50.

Onde ficar: Pousada Praia do Portinho (Avenida Riachuelo, 11, 3894-9400, www.pousadapraiadoportinho.com.br; diárias desde R$ 270; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V) fica a 100 metros da praia que lhe dá nome e perto da vila. Para quem quer ter a Praia do Bonete à disposição, a Pousada Porto Bonete (3894-9415, www.portobonete.com.br; diárias desde R$ 310; Cc: A, M, V; Cd: M, V) tem geradores e garante eletricidade por 24h.

SÃO SEBASTIÃO

Brava

Como o próprio nome sugere, o mar aqui não é para qualquer banhista. As ondas são muito fortes e, na maior parte das vezes, recomendadas apenas a surfistas mais experientes. Atração maior é a trilha que desemboca na praia, com natureza preservada.

Como chegar: O acesso à trilha fica na estrada entre Boiçucanga e Maresias. A caminhada em terreno íngreme dura 1h30 e deve ser feita com um guia. Pela Entreter Turismo (12/7814-1715), o guia sai por R$ 50.

Calhetas

Escondida entre as praias de Toque-Toque Pequeno e Toque-Toque Grande, a minúscula Calhetas avança sobre o mar em uma espécie de península. Aproveite a sensação de quase deserta para passar o dia se revezando entre o banho de sol na pequena faixa de areia e as piscinas naturais do lado esquerdo.

Continua após a publicidade

Como chegar: O acesso é feito por um condomínio, no km 144 da Rio-Santos. Como o lugar não permite a entrada de carros, a melhor opção é pegar um ônibus (Ecobus, 12/3891-3510, www.ecobus.com.br). Peça para descer próximo ao condomínio que dá acesso a Calhetas. Da estrada até a praia são cerca de 10 minutos a pé.

Onde ficar:Pousada Pé da Mata (Rua Nova Iguaçu, 1992, 3865-5019, www.pedamata.com; diárias desde R$ 130; Cc: M, V; Cd: M, V) não é pé na areia mas tem bom custo/benefício. Já a pousada Chez Louise et Louis (Avenida Mãe Bernarda, 1563, 3863-1103, www.louiselouis.com.br; diárias desde R$ 539; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V), em Juqueí, é um luxo só. Fica em frente ao mar, é bem equipada e tem ofurô ao ar livre.

CARAGUATATUBA

Tabatinga

Não se engane pelos quiosques e pelas crianças que se refestelam no mar calmo e limpo: a praia mais bonita de Caraguá tem um reduto bastante preservado, restrito ao condomínio de luxo Costa Verde Tabatinga, na parte sul, quase na divisa com a Praia de Mococa. E já que a intenção é revelar os segredos do Litoral Norte, 15 quilômetros adiante pela Rio-Santos parte uma estrada de terra íngreme e esburacada que, em 5 quilômetros, leva às belas Ponta Aguda, Mansa e Praia da Lagoa, todas já em Ubatuba.

Como chegar: deixe o carro no lado esquerdo da Praia de Tabatinga e siga caminhando por uma pequena trilha de 1,5 km.

Onde ficar: O Ecoresort Tabatinga (SP-055 para Ubatuba, km 84, 3884-3331, www.ecoresorttabatinga.com.br; diárias desde R$ 680; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V) fica no Condomínio Costa Verde, de cara para o trecho mais bonito da praia. Os melhores quartos são os “cavalo-marinhos”, com equipamentos mais novos e vista para o mar.

Continua após a publicidade

UBATUBA

Brava da Almada

Mar limpo, areia grossa e praticamente ninguém. O belíssimo visual tem explicação: a praia está dentro da área de preservação do Núcleo Picinguaba, do Parque Estadual da Serra do Mar. Preferido pelos surfistas, o canto direito é repleto de pedras, onde o mar de ondas fortes descarrega sua força. No lado oposto, outra paisagem exuberante: um riacho límpido escorre até a areia.

Como chegar: mesmo extenso, o caminho está longe de ser estorvante. Do centro de Ubatuba siga as placas para a Praia da Almada e para o Núcleo Picinguaba. Pegue a estreita mas absurdamente cênica estrada para a Praia de Ubatumirim – na volta, pare no Mirante-Bar para tirar fotos, petiscar e ver o pôr do sol acachapante. Na Almada, as escadas por trás das construções de alvenaria levam à Praia do Engenho. Dali, são 30 minutos de subidas e descidas até a Brava.

Cedro

A sensação de quem chega aqui depois de vencer uma estrada de terra ingrata e mais 40 minutos a pé por uma trilha é de estar em um paraíso perdido. A faixa de areia separa o mar azul-esverdeado calmo e pontuado de piscinas naturais, da Mata Atlântica imponente, tão frondosa que parece determinada a dominar todo o espaço até a água. Ela já entrou em algumas listas de praias mais bonitas do Brasil, mas nunca fica lotada, por causa do acesso difícil. Refresque-se da caminhada no bar do Dito, seu único morador, ou em um mergulho no mar transparente.

Como chegar: a partir da Rodovia Rio-Santos, tome a estrada que leva à Praia de Fortaleza – 7 km de terra batida que podem ficar ruins depois de um dia de chuva. Do lado direito da praia são mais 40 minutos a pé.

Prumirim

No extremo norte de Ubatuba, já próximo à divisa com Paraty, a sequência de praias é quase irretocável. Nessa aqui, com orla aconchegante em forma de ferradura, a Cachoeira do Prumirim forma um rio que deságua, no canto esquerdo, em um mar calmo e bom para banho. Uma ilha homônima fica na frente e é ponto de mergulho e, nos fins de semana, destino de passeios de barco, como o do pescador Mario dos Santos (3845-3376; R$ 10), que faz a travessia a partir do canto direito da praia.

Continua após a publicidade

Como chegar: o acesso a essa praia é controlado por um condomínio a 19 km do centro, no km 30 da Rio-Santos.

Puruba

Fica no caminho para Paraty, depois de Prumirim. Deserta, de areia branca e fofa, com poucas ondas e vegetação superpreservada, a praia já foi cenário de filmes como Desmundo, que retrata o Brasil do século 16. As amendoeiras projetam sombras largas, deixando o clima ainda mais selvagem.

Como chegar: Passados 24 km do centro, na altura do km 34 da Rio-Santos, tome a estrada secundária que acaba 1,5 km depois, próximo ao Rio Puruba, que corre paralelo à areia por quilômetros. Barqueiros da prefeitura fazem gratuitamente a travessia até o mar (os particulares cobram uma pequena taxa – cerca de R$ 10).

Onde ficar:Pousada Casa do Sol e da Lua (Rua do Refúgio do Corsário, 580, 3848-9412, www.acasadosoledalua.com.br; diárias desde R$ 270) fica na Praia de Fortaleza, que dá acesso à trilha para a Praia do Cedro. O Itamambuca Eco Resort (acesso pelo km 36 da BR-101 para Paraty, 3834-3000; diárias desde R$ 460; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V) é uma ótima base para quem deseja explorar as praias mais próximas a Paraty.

Publicidade