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Para amar Los Angeles

Los Angeles: a segunda maior cidade americana é uma ode ao exagero, à cafonice e ao politicamente incorreto. Mesmo assim, é imperdível

Por Rui Porto
Atualizado em 16 dez 2016, 00h51 - Publicado em 13 set 2011, 17h33

Existem cidades que apaixonam à primeira vista, e o amor, em geral, perdura toda a vida; de outras saímos meio desorientados, com a impressão de não termos captado a essência, de que sua alma nos escapou – esse é o caso de Los Angeles. Mas, na última vez que estive lá, concluí que o problema não era meu. LA, que mais parece um amontoado de bairros buscando um centro, como já disse alguém, não é mesmo para ser entendida ou amada. É uma cidade feita para automóveis e que despreza o transporte coletivo. Mesmo nos bairros mais movimentados há pouca gente pelas ruas. Paira no ar uma aura de exagero – vide a festa do Oscar, com homens trajados a rigor em plena luz do dia e mulheres com vestidos cafonas e joias emprestadas. Bem, então por que ir até lá? Destaco alguns motivos.

O Walt Disney Concert Hall (111 South Grand Avenue, 323/850-2000), sede da Filarmônica de Los Angeles, é um projeto do arquiteto Frank Gehry, com paredes de aço que se assemelham a uma gigantesca rosa (ou um vestido de Marilyn Monroe, como quer o guia da revista Wallpaper). Também surpreendem o Getty Center (1200 Getty Center Drive, 310/440-7300, www.getty.edu) e o Getty Villa (17985 Pacific Coast Highway), dois museus que abrigam obras de arte adquiridas pelo industrial Jean Paul Getty. O primeiro, um prédio projetado pelo arquiteto Richard Meier, nitidamente influenciado pela Bauhaus, exibe arte do século 20. A outra unidade fica em uma mansão em Malibu e reúne arte grega, etrusca e romana que o bilionário colecionou durante a vida. A enorme construção remete a uma antiga casa da cidade italiana de Herculano, soterrada pelo Vulcão Vesúvio. Exagerada, como quase tudo ali.

Numa cidade com restaurantes caríssimos, indico três com boa comida, ambiente acolhedor e preços razoáveis:

Comme Ça (8479 Melrose Avenue, 323/782-1104) Cardápio de brasserie francesa e ambiente de bistrô. As vieiras eram as melhores e as maiores que já provei. O menu do dia sai por US$ 20.

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Little Next Door (8142 West 3rd Street, 323/951-1010) Misto de restaurante, café e wine bar. O sanduíche de filé mignon na baguete com molho béarnaise (US$ 19) – à base de gema e vinho branco – estava tão bom que voltei para repetir.

Lucques (8474 Melrose Avenue, 323/655-6277) Comi um bom tagine de cordeiro (US$ 32). E o terraço é dos mais agradáveis.

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