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As 10 nacionalidades mais barradas no Brasil

Empregados por empresas estrangeiras de petróleo e gás, trabalhadores filipinos foram os mais barrados pelo governo brasileiro em 2011

Por Daniela Moreira, da Exame.com
Atualizado em 16 dez 2016, 00h41 - Publicado em 3 abr 2012, 18h10

Os cidadãos da Espanha que quiserem entrar no Brasil enfrentarão mais barreiras – as novas regras começaram a valer ontem (2). A medida de reciprocidade é uma resposta às restrições impostas pelo país à entrada de brasileiros. Mas não é só para os espanhóis que ficou mais difícil entrar no Brasil.

Segundo dados da Polícia Federal, mais de 10 mil estrangeiros foram impedidos de entrar no país em 2011, número quatro vezes maior que o registrado no ano anterior e 11 vezes maior do que em 2008.

Uma das razões por trás do aumento é que mais estrangeiros estão procurando o Brasil. “A visibilidade do Brasil no exterior está muito alta. Isso é um imã para trabalhadores do mundo todo”, justifica Olavo Henrique Furtado, coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan Escola de Negócios.

Entre janeiro e junho do ano passado, o número de estrangeiros vivendo legalmente no país aumentou em quase 50%, saltando de aproximadamente 960 mil para quase 1,5 milhão, segundo dados do Ministério da Justiça.

Mas esta não é a única explicação, já que o aumento no número de estrangeiro barrados é muito maior que no número de ingressantes.

Proteger a mão de obra nacional parece ser a principal preocupação do governo. Entre os estrangeiros mais barrados no ano passado destacam-se os filipinos (quase 3,5 mil) e chineses (mais de 1,8 mil), que juntos respondem por mais da metade dos impedidos de entrar no país.

Tabela de nacionalidades mais barradas na entrada ao Brasil

No caso dos filipinos, o que explica o boom é o aquecimento do setor de petróleo e gás. Sem equipamentos suficientes para dar conta da demanda, a Petrobrás subcontrata empresas estrangeiras para atuar na exploração de petróleo e, junto com as prestadoras de serviços, chegam os imigrantes que executam tarefas braçais dentro de navios e em plataformas, a preços mais “competitivos” que os brasileiros.

Entre 2006 e 2010, o número de vistos concedidos a cidadãos das Filipinas saltou de 1,5 mil para 6,5 mil. Somente no primeiro semestre de 2011, foram emitidas mais de 2 mil autorizações de trabalho, segundo dados do Ministério do Trabalho. Mas, ao que parece, o governo brasileiro decidiu colocar um freio na importação de mão-de-obra filipina.

“Os estrangeiros trabalham mais barato, com contratos de curto prazo e o risco para as empresas que contratam é muito menos, porque eles não estão sujeitos à nossa legislação trabalhista”, diz Severino Almeida, do Sindmar (Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante).

Os cidadãos de Myanmar, quartos no ranking dos mais barrados, estão na mesma categoria.

Já no caso dos chineses – que ao final de 2010 eram 28 mil e no meio do ano passado já eram 35 mil no Brasil, levando em conta apenas estatísticas legais –, o aumento se deve ao estreitamento das relações comerciais entre os dois países, segundo o Ministério da Justiça.

“É um fenômeno que ocorre em todo o mundo, em especial nos países que têm com a China relações comerciais e políticas bilaterais crescentes”, diz um comunicado oficial do ministério.

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Bolivianos e paraguaios estão entre os imigrantes tradicionais do Brasil nos últimos cinco anos, assim como os angolanos, motivados pela busca de oportunidades e proximidade geográfica e cultural.

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