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Novo parque do SeaWorld é réplica perfeita de uma estação da Antártica

Boas-novas do SeaWorld têm tobogã e um mundo de gelo de arrepiar

Por Rosana Zakabi
Atualizado em 16 dez 2016, 07h44 - Publicado em 10 dez 2014, 18h13

Em meio ao calor escaldante de Orlando nesta época do ano, com os termômetros passando dos 30 graus, deparar com um mundo de gelo, cheio de icebergs, chão e picos nevados, é um alento para os olhos – mesmo que seja tudo fake. O Antarctica – Empire of the Penguin, no parque SeaWorld, o maior investimento da história do grupo SeaWorld, é espetacular. O ambiente é uma réplica perfeita de uma estação da Antártica, com lojas de suvenires, bar e restaurante o.k. para as crianças, com macarrão ao sugo e yakissoba. E o brinquedo é uma viagem ao continente gelado, com bons efeitos especiais, incluindo uma brisa refrescante. Durante o percurso, dentro de uma montanha fictícia, a gente embarca num carrinho redondo e passa por vários ambientes. Num deles, o mais bacana, enfrenta uma tempestade de neve junto com os pinguins projetados no filme à nossa frente, e o carrinho simula movimentos que tornam a experiência emocionante. O passeio termina no habitat dos pinguins – esses, sim, de carne e osso, cercados por geleiras e neve reais e muito, muito fio. Um fio quase insuportável, que impede os visitantes de passar mais do que três minutos ali – tempo suficiente apenas para fazer fotos e esboçar alguma interação com os bichinhos. Ao ser questionada sobre a temperatura do ambiente, Jennie, uma das funcionárias, respondeu que a média era de 1 grau negativo, e às vezes chegava a menos. “E por que você está superagasalhada e a gente não recebe um casaco sequer?”, perguntei. “Porque vocês vão ficar aqui só por alguns instantes e eu não tenho hora pra sair”, disse ela em tom brincalhão, e me explicou ainda que a intenção é justamente essa: permitir que as pessoas interajam um pouco com os animais e, logo depois, passem para a próxima sala, um espaço com parede de vidro (bem menos fio), onde é possível ver os pinguins mergulhando do outro lado. De lá, segui rumo ao Shamu Stadium para assistir ao One Ocean, o show das baleias orca. Cheguei meia hora antes, e o estádio já estava lotado – e cheio de brasileiros. Começou uma chuva faca, e logo uma voz no alto-falante anunciou que o espetáculo atrasaria devido às condições  meteorológicas. Quinze minutos, meia hora, 40 minutos, e nada de show. Mesmo com o atraso, ninguém arredava pé, e, quanto mais o tempo passava, mais o ginásio ficava lotado. Todos estavam lá para ver a Shamu dar saltos em frente a seus treinadores. “Assistir a esse show é uma de nossas prioridades nesta viagem”, dizia a arquiteta mineira Denise Araújo, 38 anos, que se sentou nos bancos atrás de mim com um grupo de oito pessoas, incluindo a mãe, a cunhada, os filhos e os sobrinhos. Percebi que, mesmo com atrações cada vez mais elaboradas, entre elas o Antarctica, a montanha-russa Manta, que imita os movimentos de uma arraia e nos dá a sensação de estar voando, ou filmes-denúncia como Blackfish, documentário de 2013 que critica a manutenção dos animais em cativeiro, o que o público do SeaWorld quer mesmo é vera Shamu fazer acrobacias e interagir com a plateia, acenando com a cauda e derramando água para todos os lados.

Aquatica e Busch Gardens: Adrenalina em dose dupla

Nunca imaginei que um tobogã de parque aquático pudesse ter tanta ou até mais adrenalina do que uma montanha- russa radical – e eu já fui a vários, no Brasil e no exterior. Mudei meu conceito sobre o assunto ao conhecer o Ihu’s Breakaway Falls, no Aquatica, aberto em maio. Para chegar até o ponto de partida do brinquedo, a 24 metros do chão, temos de subir uma escadaria aberta dos lados, mas essa parte é tranquila. A emoção de fato começa na hora em que a gente entra na cápsula de lançamento. O funcionário, do lado de fora, começa a contagem regressiva: “Quatro, três, dois, um…” E o compartimento se abre sob nossos pés. E a gente cai tobogã abaixo, sem tempo de pensar em nada – mal dá para gritar de tão rápido que é. São quatro níveis de dificuldade, divididos por cores. O roxo é o mais leve – não tem cápsula de lançamento, e a gente desce sentado no escorregador –, e o laranja, o mais radical. Nele, a impressão é a de cair por vários metros, em queda livre, até começar a escorregar pelo tobogã de fato. Esse é o mais alto e o mais íngreme tobogã do sul dos Estados Unidos. É preciso ter nervos de aço para enfrentá-lo. Fora o Ihu’s, as atrações do Aquatica são mais convencionais, semelhantes às de outros parques aquáticos, inclusive do Brasil. Há o Loggerhead Lane, o rio de corredeira no qual se circula sobre uma boia, o Roa’s Rapids, outro rio de corredeira, só que mais rápido, praias artificiais, tobogãs como o Omaka Rocka e o Walhalla Wave, e o Dolphin Plunge, uma das grandes estrelas do lugar, que consiste em um toboágua transparente que atravessa um aquário cheio de golfinhos-de-commerson (os bichos que parecem baleias orca, devido à cor) – mas o percurso é curto e bem rápido; quase não dá para ver os animais ao escorregar (é mais fácil observá-los através da parede de vidro, do lado de fora do brinquedo).

No Busch Gardens, em Tampa, a uma hora de carro de Orlando, a novidade é o Falcon’s Fury, também entre os top radicais dos parques da Flórida. É uma torre de queda livre de 102 metros de altura que “cai” a 96 quilômetros por hora. Lá de cima, as cadeiras vão girar 90 graus e todos fcarão de cara para baixo, em posição de mergulho. Ugh! Essa atração deverá abrir no segundo semestre de 2014 na área chamada Pantopia (antiga Timbuktu), que foi remodelada neste ano e ganhou novas lojas e restaurantes. Ela deve se juntar a outros brinquedos radicais de respeito, como a montanha-russa Cheetah Hunt, que imita os movimentos do guepardo, o animal terrestre mais veloz do mundo; a SheiKra, com seus 61 metros de altura e queda livre de 112 graus; e a Montu, que deixa todo mundo de ponta-cabeça sete vezes. Para relaxar após tanta adrenalina, vale pegar o trenzinho Serengeti Railway, que dá a volta por todo o parque e circula pela grande área do Serengeti Plain, réplica de uma savana com vários bichos.

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A praia caribenha de Orlando: corais, peixes, golfinhos, areia branca e água salgada e transparente. Assim é o Discovery Cove

Trecho de areia branquinha e mar azul-turquesa, de águas calmas e transparentes e alguns pontos lotados decorais, com peixinhos coloridos.Ao redor, vegetação abundante e pequenas quedas-d’água, correndo sobre as rochas. O cenário, digno das praias mais deliciosas do Caribe, fica no meio de Orlando, no Discovery Cove (discoverycove.com; desde US$199 por pessoa), um dos parques do grupo SeaWorld. Só que aqui não há montanhas-russas nem castelos nem simuladores, nem tobogãs, nem muita gente (o limite é de 1 300 pessoas por dia– nos parques convencionais esse número passa de 20 mil). A ideiado SeaWorld foi criar uma praiaartifcial com a aparência maisnatural possível. E conseguiu.Tudo ali parece existir desde que omundo é mundo. Até a água é salgada. E o clima é de um resort deluxo, com várias espreguiçadeiras,restaurante de comida bem-feita,sem os temperos excessivos dosfast food americanos, e o melhor:é tudo all-inclusive, até as bebidas.Sua grande atração, entretanto,são os golfnhos nariz-de-garrafaadestrados, que nadam com osvisitantes acompanhados dostreinadores. A experiência é pagaà parte (com ela, o ingresso sobe para US$ 359). Na água, vestidoscom trajes de mergulho, osvisitantes fazem fla e seguem asorientações: juntam as duas mãosem frente ao corpo para que ogolfnho se aproxime e dê um“beijo”, seguram a barbatana coma mão oposta para sair nadandocom ele. E, no fnal, todos posam para fotos ao lado do bicho sorridente. “Quanto tempo vive um golfinho?”, perguntou umrapaz que estava no meu grupo.“Depende. Dezoito anos, se forem mar aberto, e 50, em média, sefor aqui”, respondeu uma das treinadoras,mostrando que, entre osvários golfnhos que se dividiam para entreter os visitantes, haviauma “senhora” de 50 e poucosanos. Nadar com golfnhos, aindaque em cativeiro, é bem divertido. E há outras atividades bacanaspara fazer no lugar. Uma delas émergulhar com snorkel no GrandReef, uma barreira de corais deverdade com várias arraias epeixes. Outra é o SeaVenture, no qual você caminha dentro da água usando um escafandro, espécie de capacete que transfere o oxigênioda superfície por um tubode ar (à parte; US$ 59 por pessoa). Mas quer saber? Vale a pena até sefor para não fazer nada, deitadonuma espreguiçadeira e bebendomargarita o dia inteiro. Ótima pausa entre um parque e outro.

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Julho de 2014 – edição 225

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