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Seguro-viagem: como funciona? Como escolher e como acionar?

O que você precisa saber para contratar seguro-viagem para ter assistência de saúde; como contactar operadora e ser ressarcido de gastos médicos no exterior

Por Patrícia Figueiredo | Colaborou: Betina Neves
Atualizado em 13 jul 2021, 12h40 - Publicado em 14 mar 2017, 17h40

Antes da viagem

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Será que o seguro-viagem do cartão de crédito funciona mesmo? (iStock/iStock)

Por que eu preciso de um seguro de viagem?

Porque o atendimento médico no exterior pode custar milhares de dólares. Além disso, eles vêm com outros serviços como suporte jurídico, indenização por extravio da bagagem, auxílio em caso de perda de documentos e reembolso por atrasos ou cancelamentos de voos.

Em que países o seguro de viagem é obrigatório?

Os 26 países europeus que integram o Tratado de Schengen exigem que o turista tenha um seguro-viagem com cobertura mínima de 30 mil euros. São eles: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Islândia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Suécia e Suíça. Fora dali, também exigem seguro Cuba, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Turquia.

Qual a diferença entre seguro e assistência de viagem?

O seguro se propõe a reembolsar as despesas do viajante, que paga as contas do próprio bolso e depois submete notas e laudos à seguradora.

A assistência faz uma triagem por telefone e, se necessário, encaminha o viajante a um hospital credenciado ou manda um médico até o hotel, sem custo ao cliente.

Hoje, quase todas as empresas vendem um produto híbrido, que funciona como assistência ou seguro de acordo com a ocorrência.

O que devo considerar na hora de contratar?

Primeiro, veja se você não tem direito ao seguro-viagem gratuito do cartão de crédito: o titular, o cônjuge e os dependentes que viajam com passagens compradas pelos cartões Visa Platinum ou Infinite, e Master Platinum ou Black, por exemplo, estão cobertos.

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Antes de contar com esse serviço ou de comprar um seguro ou assistência, leia o contrato, disponível no site da empresa. É extenuante, mas imprescindível.

Observe os valores de cobertura médica e veja se estão de acordo com o destino que você vai. Existem produtos personalizados para vários perfis: gestantes, idosos, estudantes de intercâmbio e praticantes de esportes radicais, e há planos individuais e familiares.

Verifique atentamente como é o procedimento e quais são os documentos para obter reembolso. Há casos de empresas que se negaram a ressarcir despesas médicas porque o viajante não entrou em contato com a seguradora antes de se dirigir ao hospital. Outras dão prazos ínfimos para receber pedidos de reembolso.

Tenho um problema de saúde crônico e não me sinto seguro com as cláusulas de doenças preexistentes. Como faço para viajar?

Viajantes com marca-passo, problemas renais que requeiram hemodiálise e outras doenças crônicas devem, de início, planejar a viagem a destinos aptos a atendê-los.

Sobre a escolha da assistência, os planos extensivos (mais caros) até cobrem condições preexistentes, mas com valores inferiores. Por isso, veja se o seu convênio brasileiro tem upgrade de abrangência global e peça ajuda ao seu médico sobre a solução mais recomendada ao roteiro.

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Durante minha viagem, vou praticar esqui, surfe ou trekking. Meu seguro cobre?

A maioria, não. Se o atendente disser que cobre, veja o que diz o contrato e não feche a compra antes de eliminar essa dúvida. Aliás, alguns seguros e assistências não cobrem acidentes esportivos em seus produtos básicos, mas podem incluir essa cobertura como um adicional, por um custo extra.

Os benefícios dos cartões Visa e MasterCard amparam atividades do gênero, embora excluam paraquedismo, bungeejumping e esqui fora de pistas demarcadas.

A australiana World Nomads é a melhor para os radicais, cobrindo de bungee a wakeboard, mas não tem atendimento em português nem escritório no Brasil, embora possa ser contratada daqui.

Durante a viagem

passando mal
Passou mal no exterior? Veja o passo a passo de como acionar o seguro-viagem (iStock/iStock)

Estou passando mal. Ligo antes para a seguradora ou corro ao hospital mais próximo?

Todas as empresas recomendam a ligação ANTES da assistência. O atendimento em português facilita a triagem e isenta o segurado de pôr a mão no bolso.

Nesse telefonema, o seguro encaminha o cliente a um estabelecimento conveniado, onde o custo do tratamento é mais baixo e o risco de o atendimento extrapolar a cobertura é menor que em outro hospital.

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Em muitos casos, podem mandar um médico até o seu hotel, uma comodidade e tanto. Mas o valor da cobertura vale também para viajantes que correm direto para o hospital, sem ligar.

Nesses casos, porém, o esquema é bem mais burocrático: o segurado tem que pagar a conta, que pode ficar bastante salgada, e depois solicitar o reembolso, que pode demorar muito para cair.

Não consigo falar com a seguradora pelo telefone de contato

Todas as empresas listadas abaixo dispõem de atendimento 24 horas e, à exceção da World Nomads, assistência em português.

Após comprar o produto, é praxe o cliente receber uma lista de contatos para discar a cobrar do mundo todo. Se não funcionar desse jeito, ligue como puder e guarde os recibos ou a conta das ligações para pedir reembolso.

Se ainda assim o contato não funcionar, corra até o hospital mais próximo, mas não saia de lá sem conversar com a central, pois há cláusulas que ANULAM a cobertura caso o segurado não alerte a empresa durante a ocorrência.

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Também não deixe o hospital sem os recibos, laudos e documentos exigidos no contrato para a obtenção do reembolso.

Empresas que oferecem planos de seguro-viagem:

Fui hospitalizado e os gastos superaram a cobertura que contratei. O que fazer?

Não tem jeito: o extra sairá do seu bolso. A seguradora não tem obrigação de ir além do contrato.

Por isso, nas viagens em que tratamentos médicos são mais caros, como nos EUA, opte por planos mais generosos.

Em 2013, um órgão do governo inglês listou os 20 países com o atendimento médico mais caro, fazendo uma média de gastos entre um caso de otite, uma gastroenterite e uma fratura.

Os cinco mais onerosos (fora da Inglaterra) foram Estados Unidos (R$ 63 600), Cingapura (R$ 29 100), Egito (R$ 25 200), Turquia (R$ 23 900) e Grécia (R$ 23 600).

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Depois da viagem

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Ao voltar de viagem, é preciso contatar o seguro para pedir reembolso; veja o que fazer (iStock/iStock)

Paguei despesas com o meu dinheiro. Qual o procedimento para conseguir o reembolso?

Cada empresa dá ao segurado um prazo diferente para ele solicitar o reembolso – para evitar transtornos, reúna toda a documentação, preencha os formulários e dê entrada no processo assim que voltar ao Brasil.

A empresa se nega a resolver meu problema. Quem pode me ajudar?

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) é o órgão que controla e fiscaliza o mercado de seguros e recebe reclamações de consumidores.

Além da Susep, registre sua insatisfação no site Reclame Aqui e procure o Procon do seu estado.

Se nada der certo, o último recurso é entrar com processo judicial contra a empresa.

Para se garantir, guarde todos os comprovantes emitidos pelos centros médicos, o contrato do serviço, os protocolos dos contatos com a assistência e os documentos e fotos que sirvam de provas em tribunal.

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