Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Momento de despedida

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h00 - Publicado em 18 fev 2010, 07h46

Não há como evitar ninguém em uma ilha onde há apenas esparsos bangalôs distribuídos por uma faixa de areia branquinha. Tampouco há motivo para isso. Entre longos almoços em mesas coletivas, mergulhos inesquecíveis e noites estreladas ao redor da fogueira, Kadidiri acaba sendo um lugar para conhecer gente, ouvir relatos incríveis de viagens (como a do finlandês que havia passado a semana anterior perdido na selva do Sulawesi sobrevivendo às custas de raízes e água da chuva!) e definitivamente fazer amizades.

É por isso que, cada vez que o ferry que conecta a ilha vizinha de Wakai ao porto de Gorontalo (duas vezes por semana, aos domingos e quintas-feiras) passa pela frente da praia de Kadidiri levando aqueles que abandonam o paraíso, o momento se converte em um verdadeiro acontecimento.

Ao ouvir a grave buzina do ferry, todos os locais saem à praia, sendo imediatamente seguidos por todos os viajantes remanescentes na ilha (um número que dificilmente chega a duas dezenas). Gritam, acenam com camisetas, assoviam. Companhia constante nos dias passados no paraíso, os cachorros de Kadidiri inacreditavelmente se reúnem perto do píer e uivam loucamente, a plenos pulmões. Tendo o pôr-do-sol como pano de fundo (se o ferry não atrasar, claro), a partida dos novos amigos se torna ainda mais dramática.

Como se ir embora já não fosse suficientemente duro.

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