Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Sua majestade mora ao lado

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h56 - Publicado em 10 Maio 2010, 13h36

A princesa Letícia, o príncipe Felipe e uma multidão de fotógrafos em frente ao hospital (e a 5 passos da porta do meu prédio)

Moro há dez anos na Espanha e, a não ser quando leio a revista Hola na sala de espera do dentista, jamais me lembro que esse país tem um rei. Desde o fim de semana passado, no entanto, sua majestade Juan Carlos I de Borbón tornou-se mais real do que nunca.

No último sábado, o monarca passou por uma cirurgia para extrair um tumor do pulmão. E para surpresa geral da nação, preferiu operar-se no Hospital Clinic em Barcelona, ao invés de Madri, capital do país, onde vive e reina.

E não é que eu moro em frente à entrada principal do hospital? Sim, a exatos 5 passos da porta, onde toda a imprensa espanhola acampa desde o último sábado, junto com metade da contingente da policia militar da Catalunha, os Mossos d’Esquadra, que ocupam o lugar do meu ponto de táxi de estimação.

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Não sei direito como fazer uma analogia com o Brasil para explicar o peso da coisa. Mas é mais ou menos como se o Pelé estivesse passando por uma intervenção gravíssima – na porta da sua casa.

Os príncipes desde outro ângulo: está vendo aquela multidão ali atrás? Está exatamente na MINHA porta

Tenho me divertido um bocado, e nem preciso sair na rua para saber o que está acontecendo. Quando ouço gritos de “guaaaapaaaa”, é porque a princesa Letícia está na área, na companhia do pirulão príncipe Felipe. Vaias e alvoroço geral? Pintou o presidente José Luis Rodriguez Zapatero no pedaço. “La monarquia es porqueria!”, pronto, lá vem a rainha Sofia encarar o fato de que não são exatamente bem-vindos na Catalunha.

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As velhinhas do meu prédio passaram o fim de semana sentadas em cadeiras que improvisaram na calçada, acompanhando o entra e sai. O café caidão que tenho embaixo de casa virou point de jornalistas entediados. Ao descer de semi-pijama para jogar o lixo fora, tive que pedir licença a Andreu Buenafuente, uma espécie de Jô Soares espanhol, que esperava a rainha sair do MEU bar de tapas preferido na hora do almoço.

Quer assistir à saída do rei do hospital? Podemos negociar uma vaguinha no meu terraço…

OBS: As fotos foram reproduzidas de reportagem do jornal La Vanguardia.

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