Achados
Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
Segundo dia de Sónar (e o fim do reinado de Jennifer Lopez)
Dominique Unique decretando o fim do reino de Jeniffer Lopez: “eu tenho a força” (fotos de Cássio Leitão)
A apoteose em fibra muscular
A atitude de três manos Browns com o fôlego de oito Ivetes Sangalos
A coisa engrenou. Depois de uma quinta-feira morna – o primeiro dia do festival sempre tem uma certo clima de “não vamos queimar a largada¨– o sabadão entrou arrebentando, sob um sol de 30 graus e lotação máxima no Sónar Dia.
O primeiro grande momento foi a apresentação da britânica Katy B, que literalmente entupiu o Sonar Dome, transformando a tenda numa sauna insuportável. Passado o calientón, o jeito foi aproveitar o ar condicionado da parte mais cabeça do festival, dentro do CCCB: o Sónarmàtica dedicado à arte multimídia do festival. Este ano, com nome de OffMatica, o tema da exposição era Other Mirrors (Outros Espelhos), uma viagem por diferentes formas (digitais, claro) de retratos artísticos — uma ideia ótima que poderia ter sido mais bem explorada (não sei se foi minha impressão, mas a exposição foi bem mais mirrada do que nos outros anos).
Atmosphere e a moda de tirar o sapato
Barcelona em transe no Sónar Village
Mais tarde, para alegria geral da nação, os melhores shows se concentraram no Sónar Village, o palco ao ar livre, cercado de grama artificial, onde se concentra o social – difícil querer sair de lá… Os rappers do Atmosphere (chato pra c…) lançaram moda tirando um sapato e balançando o calçado sobre a cabeça. Virou tendência. Dali em diante, um sem fim de tênis, sandálias e chinelos estiveram bailando sobre o público, que começou a sacudir de verdade quando o britânico Four Tet entrou em cena.
Four Tet botando todo mundo pra dançar
Sombra e cerveja fresca no Sónar Village
Performance inusitada no stand de uma rádio local
Durante o festival, o MACBA e o CCCB (na foto) abrem todas as suas exposições ao público
Empenho no visual… (isso que você vê é mesmo uma fita métrica no lugar do cabelo)
Mas a grande sensação estava por vir… e entrou chutando a porta em forma de uma deusa do ébano gloriosa, pura fibra muscular dentro de um micro vestido branco justíssimo, coxas tatuadas, a atitude de três Manos Browns e o fôlego de oito Ivetes Sangalos. A silhueta agressivamente curvilínea fez com que eu atravessasse a multidão para ver “aquilo” de perto. Chora, Jennifer Lopez! Desapareça, Carla Perez! Aposente-se melancia! Dominique Unique é a mulher (peguei um autografo – no meu braço – e tudo, quando a vi saindo na rua como se fosse gente normal, depois que o show acabou).
Veja também: o primeiro dia do Sónar em imagens
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