Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Rumo à África: tomar ou não tomar algum dos remédios para prevenir a malária?

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h40 - Publicado em 13 jan 2014, 13h43

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Segundo já comentei com vocês, caros leitores, embarco para a África depois de amanhã (frio na barriga!). Na primeira etapa da viagem, rodaremos pela África do Sul, cujo território é predominantemente livre de Malária (com exceção da área do Kruger Park, onde o risco é entre leve e moderado) – até aí tudo bem. O segundo passo será a Tanzânia, que entrou na jogada aos 45 minutos do segundo tempo, substituindo Moçambique no nosso roteiro, uma vez que a situação política por lá anda extremamente tensa. É aí que o bicho (precisamente o mosquito) pega. Não só a Tanzânia é considerada área de risco, como o tipo de malária presente na região é o mais hardcore de todos (causada pelo temido plasmodium falciparum, resistente aos tratamentos mais convencionais).

 

Se você pensar três segundos, sua reação imediata será: “é óbvio que o melhor é tomar algum dos remédios para prevenir a malária”. Mas a questão definitivamente não é tão simples. Basta dar uma busca no google sobre o tema e você verá a quantidade de fóruns de viajantes que tratam do assunto.

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Em primeiro lugar, o os tais remédios não são vacinas. Ou seja, eles não garantem que você não contrairá a doença, ainda que reduzam consideravelmente o risco e amenizem os sintomas em caso de infecção. Em segundo lugar, eles podem ter efeitos colaterais ultra agressivos (em alguns casos piores do que a própria doença): tontura, insônia, pesadelos, paranoia, alucinações, inflamação no fígado, dor de estômago e mais uma lista enorme de sintomas assustadores. Somando esses dois fatores, muita gente acaba achando que simplesmente não vale a pena medicar-se, apostando em repelentes, mosquiteiros, roupas compridas e na sorte.

 

Pensei muito sobre o assunto e me decidi pelo remédio. Isso porque sou daquelas pessoas que funcionam como um imã para mosquitos: se houvesse apenas um na Tanzânia inteira, ele certamente me picaria. Além do mais, é certo que meu lado hipocondríaco não me deixará em paz depois de cada picada de pernilongo (que sem dúvidas serão várias, por mais que eu beba repelente no gargalo e me empenhe em todas as outras medidas de prevenção).

 

Fiz uma consulta com o departamento de aconselhamento a viajantes do Hospital Clinic de Barcelona e eles me receitaram Malarone, o remédio mais moderno do gênero, eficiente contra o falciparum e com um risco muuuuuuito menor de efeitos colaterais. Aí eu agradeço por morar aqui: sem receita oficial (emitida por um médico do sistema público), cada caixinha de 12 comprimidos custaria cerca de € 50 – sendo que é necessário um por dia, começando um dia antes de entrar na área de risco e parando uma semana depois. Com a receita, paguei apenas € 3. Dei uma pesquisada pela internet e vi que o remédio ainda não está disponível no Brasil e que o importado custa mais de R$ 300 por caixa!!!! Aceito encomendas para a próxima vez que for ao Brasil. 😉

 

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