Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Esqueça (quase) tudo o que você ouviu falar de Joanesburgo: 24 horas agradabilíssimas na temida metrópole sul-africana

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h40 - Publicado em 24 jan 2014, 15h22
Soweto visto de cima: um must de Jo'Burg

Soweto visto de cima: um must de Jo’Burg

Você certamente já ouviu coisas horríveis sobre Joanesburgo, a maior cidade da África do Sul, com cerca de 9 milhões de habitantes em sua área metropolitana. De fato, o índice de criminalidade na cidade é altíssimo — ainda que, ao contrário do que muita gente pensa, seja mais tragável do que o de Cape Town, a joia da coroa turística do país. Mas as coisas melhoraram muito nos últimos anos, e ícones bizarros como o “carro lança-chamas”, inventado no final dos anos 90 para fritar eventuais assaltantes, entraram para a categoria de lenda urbana (ao perguntar sobre isso a alguns moradores, me senti como o gringo idiota que pensa que nós, brasileiros, moramos na selva).

ONDE FICAR, EIS A QUESTÃO
De perto, Jo’Burg pode ser um lugar agradabilíssimo. Tudo depende de como você se organiza. A dica mais preciosa eu recebi do leitor-xará Adriano, que recomendou Melville como o melhor bairro para ficar. Super arborizado, o bairro é uma versão mais cool e tranquila da Vila Madalena dos anos 90, com ruas predominantemente residenciais ao redor de um centrinho (a 7th Street) onde há bares e cafés charmosos, além dos restaurantes do momento. Grande parte dos pacotes turísticos instalam os viajantes nos hotéis das grandes redes no turbulento centro da cidade onde, como em qualquer metrópole, céu e inferno se combinam em proporções variáveis, dependendo do lugar e da hora do dia.

A DOLCE VITA DE MELVILLA DOLCE VITA DE MELVILLE

Minha escolha em termos de hotel foi acertadíssia: Motel MI Pi Chi (motelmipichi.co.za), um belíssimo casarão com seis quartos decorados na linha “branquinho minimalista”, que se abrem para uma grande sala onde é servido o café da manhã. Tudo sob o comando da simpaticíssima Virgínia, uma força da natureza de unhas felinas e cachos domados num incrível penteado afro. Em Melville fiz algo que relutaria em fazer em São Paulo: saí a pé à noite, caminhando por uma rua iluminada quase exclusivamente pela maior lua cheia da história. A menos de 10 minutos do Mi Pi Chi há dois restaurantes memoráveis, o famoso Lucky Bean e o novo Leopard, um dos lugarzinhos do momento em Jo’Burg, onde comi um steak tartar à moda etíope de chorar de bom e surpreendente.

OS MELHORES PROGRAMAS
Jo’Burg é o tipo de cidade que pode ser chamada de “espalhada”. Horizontalizada, ela se derrama por uma planície árida a perder de vista. Nada é muito perto de nada e, como tinha pouco tempo, estive a ponto de sucumbir ao famoso ônibus de dois andares, que roda a cidade e permite descer e subir em cada ponto turístico. Mas há soluções mais interessantes. No meu caso, caí nas mãos de Pierre (deixo aqui o telefone dele: +27/82-881-2161), um afrikaner (sul-africano de origem holandesa) que nos levou ao magnífico Apartheid Museum — o programa mais imperdível da cidade — e  um interessantíssimo tour por várias partes do lendário Soweto (gueto negro dos tempos do Apartheid, hoje quase uma cidade à parte de Joanesburgo, com 2,5 milhões de habitantes), incluindo uma favela paupérrima. Falarei disso em detalhe no próximo post.

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