Novidade em Barcelona: o centro cultural Mercat del Born
Depois de um longo inverno, volto a falar de Barcelona, meu QG e cidade do coração…
Com um pouquinho de atraso, aqui vai um relato sobre a maior novidade dos últimos tempos na cidade, inaugurada no segundo semestre do ano passado. O novo centro cultural Mercat del Born, instalado num antigo mercado público modernista, é o grande ícone do reencontro de Barcelona com a auto-estima perdida, após anos de crise econômica e certo baixo astral.
O lugar é absolutamente deslumbrante, graciosamente esculpido em ferro e vidro pelo arquiteto Josep Fontserè i Mestre (o mesmo que desenhou o vizinho Parc de la Ciutadella) em 1878. Valeu o atraso de mais de uma década: ao início das obras de restauração, na virada do milênio, descobriu-se que a estrutura apoiava-se sobre um conjunto de ruínas do início do século 18. Diante da surpresa, a reforma que transformaria o lugar numa biblioteca pública foi interrompida. Seguiram-se anos e anos de polêmicas e discussões sobre o que fazer com aquilo tudo.
A “catedral de ferro e vidro” foi, por fim, recheada com uma exposição sobre a vida na cidade no século 18, posicionada ao redor das ruínas. O resultado final é belíssimo e coloca a cereja no bolo do Born, o bairro mais cool do centro antigo da cidade, primo rico (e vizinho) do Bairro Gótico.
Você pode conhecer as ruínas de perto numa visita guiada com reserva prévia (pelo email reserveselborncc@bcn.cat ou pelo telefone +34-93/256-6850; € 5,50). A entrada para a exposição, numa sala fechada, custa € 6.
Deu preguiça? O melhor de tudo é que você pode simplesmente circular por ali e ver as ruínas caminhando sobre as passarelas, guiando-se pelos bons painéis informativos – não se paga nada para entrar no mercado. De quebra, o bar e restaurante do complexo, El 300 del Born, serve uma seleção de receitas históricas da Catalunha (além de tapas, sanduíches, saladas etc), que remetem justamente ao século 18. Ou seja, gastronomia com fundamento e contexto em estado puro. Quem quiser se aprofundar no assunto pode ler sobre a origem de cada prato no menu que faz as vezes de toalha de mesa de papel.
A lojinha anexa tem uma das melhores seleções de suvenires criativos da cidade (nada a ver com as porcarias que você encontra pelas Ramblas).
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