Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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As avenidas mais bonitas de Barcelona ganham mais espaço para os pedestres e eventos aos domingos

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h27 - Publicado em 2 mar 2015, 13h15

Vivendo em Barcelona há 14 anos, observando a metrópole catalã se tornando mais agradável e humana a cada dia, muitas vezes sinto-me diante de algo que vai contra a ordem natural das coisas. Afinal das contas, para quem nasceu e cresceu em São Paulo, morar numa cidade que só melhora é um paradoxo.

Cheguei a Barcelona em 2000 e nunca senti a necessidade de ter um automóvel. Muito pelo contrário. Cada vez que alugo um carro para viajar e tenho que dirigir dentro da cidade, renovo a promessa de jamais sucumbir às quatro rodas enquanto viver na capital catalã. Nos últimos anos, a região central da cidade vem sendo reformada em alta velocidade para que pedestres e ciclistas possam circular com mais facilidade. Consequentemente, o acesso ao núcleo de Barcelona de carro está se tornando cada vez mais restrito, complicado e caro (o preço dos estacionamentos é astronômico). Salvo em casos muito específicos, dirigir ao invés de usar o sistema de transporte público (que inclui ônibus impecáveis, metrô excelente, bicicletas e, recentemente, bicicletas elétricas) é uma trementa tontería, como dizem os espanhóis.

 

Esta foto linda do Passeig de Gràcia no século 20 mostra calçadas largas e pouco espaço para os carros. Voltar ao passado nem sempre quer dizer atraso, não é mesmo?

Esta foto linda do Passeig de Gràcia no século 20 mostra calçadas largas e pouco espaço para os carros. Voltar ao passado nem sempre quer dizer atraso, não é mesmo?

As cinco principais avenidas que cortam o meu bairro, o Eixample (onde estão atrações como a Sagrada Família e as casas do Gaudí), e seus arredores tiveram grande parte de suas pistas convertidas em calçadões, praças e ciclovias nos últimos anos – Avinguda Diagonal (em obras), Avinguda Roma, Passeig de Gràcia, Passeig de Sant Joan e Paral-lel (em obras). Ruas mais estreitas, mas altamente movimentadas, passaram pelo mesmo processo. A Carrer Provença, por exemplo, “perdeu” duas faixas para uma grande ciclovia em 2014, tornando-se uma pacata rua secundária com apenas uma pista para automóveis. Viva!

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Entre as grandes avenidas que ganharam mais espaço para circulação de gente estão as mais belas da cidade: Diagonal e Passeig de Gràcia. Ambas passaram por obras drásticas nos últimos dois anos. A caminho de casa, depois de três meses na Oceania, estou ansiosíssima para ver o resultado. Ainda mais depois de que li esta notícia no jornal La Vanguardia: a partir de 15 de março, e durante quatro meses, Diagonal e Passeig de Gràcia serão totalmente interditadas para carros aos domingos. Espreguiçadeiras, palcos, parquinhos infantis e outros brinquedões serão espalhados pelas ruas e calçadas, diante dos mais imponentes edifícios desenhados pelos mestres do modernismo. Pra variar, o que era bom vai ficar ainda melhor.

 

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