Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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O primeiro terremoto a gente nunca esquece (em Barcelona!)

Ao que tudo indica, a cidade vai continuar tremendo nos próximos dias

Por Adriana Setti
Atualizado em 26 set 2019, 15h11 - Publicado em 29 out 2015, 07h20

A última noite foi certamente uma das mais estranhas da minha vida (na categoria “dentro de casa”, digamos). Exatamente 1h45, dei uma daquelas acordadas em que você passa de dormindo a sentada em milésimos de segundos, mais ou menos como quando alguém tem um pesadelo na novela da Globo. Tive certeza de que a cama acabava de sacudir fortemente. Mas como não havia ninguém mais ali, pelo menos de carne e osso, fiquei tentando me convencer de que tinha sido um sonho estranhamente real. Então ouço uma voz vindo da sala: “Driiii, você sentiu isso?”. Meu marido estava acordado e viu a casa toda tremer por alguns segundos.

Pela manhã, fui fuçar no jornal e encontrei esta reportagem na capa do jornal La Vanguardia digital. Um terremoto de 4,1 pontos na escala Richter, com epicentro na região de Alt Empordà (litoral norte da Catalunha, quase na fronteira com a França), repercutiu em várias cidades, inclusive Barcelona, principalmente no meu bairro, o Eixample. Ninguém se machucou, nada ficou destruído, mas foi um a baita susto. Mais que isso: foi muito es-tra-nho. Apesar de todo o sono daquele momento, a ideia que martelou foi: “olha como é a vida, você está lá dormindo, tudo na boa, treme o chão, cai o teto e puf, acabou”. O terremoto da Catalunha foi quase brincadeira de criança, mas imagino que quando a coisa é grave a sensação deva ser a mesma: surpresa, fragilidade, impotência, puf. Carpe diem, minha gente, porque vai saber…

É curioso que um abalo sísmico faça Barcelona tremer justamente num momento de terremoto político. Não sei se vocês estão acompanhando, mas a Catalunha está em vias de declarar a independência unilateral (sem o consentimento da Espanha) e a desobediência ao Tribunal Constitucional espanhol. É o momento político mais tenso das últimas décadas (e mais monotemático). Ao que tudo indica, a cidade vai continuar tremendo nos próximos dias.

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