Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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23 de maio, em São Paulo, a avenida mais cool da América Latina

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h12 - Publicado em 23 nov 2015, 17h35

Não vinha ao Brasil há dois anos. A primeira boa surpresa foi desembarcar no novo terminal de Guarulhos, novinho em folha e praticamente vazio, já que o meu voo chegou em um horário não muito convencional. Mas o grande impacto positivo foi atravessar a avenida 23 de Maio de cabo a rabo e constatar que a poesia concreta de suas esquinas já não é tão dura assim. Estive a ponto de lamentar que o trânsito estava fluindo absurdamente rápido. Paulistanos, vocês estão cientes de que dispõem da maior galeria de arte a céu aberto da América Latina? Vocês têm consciência de que isso, em tão grande escala, é algo praticamente único no mundo?

É certo que há tempos que artistas famosos, como OSGÊMEOS, vêm salvando a 23 de Maio do cinza opressivo da metrópole, mas foi só no ano passado que a avenida tomou a forma atual. Nada menos do que 200 artistas compuseram 15 mil metros quadrados de desenhos com o apoio da prefeitura, ao longo de 5,4 quilômetros. Com isso, o corredor de trânsito antes monstruoso acabou se transformando numa atração de peso para a cidade — para quem curte street art. Talvez o paulistano não calcule o impacto positivo que isso causa aos olhos do forasteiro (depois de 15 anos morando fora, eu já faço parte desse time, por mais que ainda tenha um vínculo muito grande com a cidade e o Brasil). Mas ele é enorme, literalmente.

Este ensaio fotográfico publicado no Hypeness dá uma ideia das dimensões e da qualidade do conjunto.

Andei comentando efusivamente sobre essa nova maravilha de São Paulo com os meus amigos. E fiquei chocada com o fato de que, dentro dessa pequena amostra de paulistanos, a maioria mal reparou na transformação da avenida. Na próxima vez que passar por lá,  tire o olho do Waze e dê uma chance para São Paulo mostrar a sua face menos hostil.

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