Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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10 motivos para conhecer a Namíbia

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h09 - Publicado em 21 mar 2016, 19h36

Alguns destinos são puramente hedonistas. Outros sacodem parâmetros, mexem com nossos medos e provocam sensações intensas. Os desertos se encaixam na segunda categoria. E ainda que alimentasse altas expectativas sobre o da Namíbia, o impacto da imensidão de areia e pedra foi arrasador. Eis alguns motivos pelos quais acho que você não deve hesitar em incluir o país em seus próximos planos de viagem:

Isso é o que você teme que aconteça com você caso o seu carro quebre no deserto da Namíbia, onde você dirige centenas de quilômetros sem cruzar com um ser humano (mas pensa positivo e se joga!)

Isso é o que você teme que aconteça caso o seu carro quebre no deserto da Namíbia, onde você dirige centenas de quilômetros sem cruzar com um ser humano (mas pensa positivo e se joga!)

1. É na Namíbia que fica Sossusvlei, um dos cenários mais estranhos e belos do mundo

Sossusvlei será o assunto do próximo post, mas já adianto: dunas douradas de até 380 metros de altura que provocam alucinantes efeitos de sol e sombra. Fósseis de árvores fincados no deserto. Uma das noites mais escuras e estreladas do planeta (e isso não é maneira de dizer). Com folga, um dos lugares mais singulares do nosso mundão.

Toda-poderosa Sossusvlei, onde as dunas chegam a quase 400 metros de altura

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Deadvlei, a parte mais surrealista do parque nacional conhecido como Sossusvlei

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2. É na Namíbia que fica o Fish River Canyon, segundo maior cânion do mundo

O cenário é bastante parecido com o do Grand Canyon, nos Estados Unidos. Mas com uma diferença elementar: é bastante provável que você seja o único turista por lá. Ficar a sós com uma paisagem tão brutal e gigantesca é uma experiência insólita, bela e assustadora em iguais proporções. Também merecerá um post.

O majestoso Fish River Canyon, o segundo maio cânion do mundo depois do Grand Canyon nos Estados Unidos

O majestoso Fish River Canyon, o segundo maio cânion do mundo depois do Grand Canyon nos Estados Unidos

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Fish River Canyon: a grandeza não cabe na foto

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3. É um destino ótimo para safári

Multidões de animais que convergem para pequenos açudes no meio do deserto: eis o panorama do Etosha National Park, um destino de safári de primeiríssima linha muito menos muvucado que o Kruger Park da África do Sul ou o Serengeti da Tanzânia. Você também verá animais nos arredores do Fish River Canyon e muitos outros lugares.

Zebrinhas perplexas nos arredores do Fish River Canyon

Zebrinhas perplexas nos arredores do Fish River Canyon

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4. O país tem um mix cultural instigante

Meninos, eu vi: numa mesma roda, cada um falava um idioma diferente, entre inglês, africâner (o derivado do holandês falado na África do Sul) e línguas africanas nativas. O país foi colonizado por alemães (o que explica a ótima qualidade da cerveja local!), pertenceu à África do Sul e é composto de vários grupos étnicos, como herero, himba, ovambo, damara, nama, entre outros. E a gente achando que a Europa é um lugar diversificado…

5. É um destino pouco explorado pelo turismo

Olhando o gráfico de frequência de entrada no Fish River Canyon, vi que nos dias de maior afluência o lugar recebe 300 pessoas. Veja bem: 300 gatos pingados num parque nacional gigantesco que abrange o segundo maior cânion do mundo! No dia em que estive por lá, vi apenas três pessoas.

6. Aliás, é um país muito explorado pelo ser humano em geral

A Namíbia tem a segunda menor densidade demográfica do mundo, depois da Mongólia. Pudera. Apenas dois milhões de habitantes (a população da diminuta Letônia) são bravos o suficiente para viver em condições tão inóspitas. E eles estão pulverizados por uma área do tamanho da França e da Espanha somadas. Na prática, você dirige centenas de quilômetros e não cruza com nenhum ser humano. Cidade vira sinônimo de um posto de gasolina e três casinhas. E a solidão em meio ao deserto faz com que você se sinta tão frágil como uma bolha de sabão.

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7. As estradas da Namíbia são razoáveis (mesmo as não asfaltadas)

Talvez um europeu não concorde comigo – a prova disso é o espanto que causávamos ao cruzar enormes 4X4s pela estrada a bordo de nosso mini carro ultra blaster econômico. Mas, do ponto de vista de quem passou grande parte da vida dirigindo pelas estradas brasileiras, as da Namíbia são mel na chupeta. Uma estrada asfaltada bastante razoável corta o país de norte a sul, atravessada por um punhado de vias também pavimentadas que vão de leste a oeste (com qualidade um pouco inferior). Para chegar a Sossusvlei e ao Fish River Canyon é preciso transitar por longas estradas de terra, algo que me deixou bastante apreensiva em princípio mas que no fim das contas acabou sendo tranquilo (as condições podem ficar um pouco mais desafiadoras na época de chuvas, mas não foi o caso).

8. É um país seguro e com boa infra para o turismo

“Quem chega em Windhoek não parece estar em um país africano. Poucas cidades do mundo são tão limpas, tão bonitas arquitetonicamente e tem um povo tão extraordinário como tem essa cidade”. Esta foi a pérola dita pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva ao visitar a capital da Namíbia. Ainda que a frase carregada de preconceito (e de falta de conhecimento) tenha soado mal diplomaticamente, a surpresa de Lula não é incomum: grande parte das pessoas tende a achar que a África é um lugar selvagem, perigoso e pouco desenvolvido. Só que isso não se aplica a grade parte do território do sul do continente. Ainda que a capital tenha lá seus problemas, a Namíbia em geral é considerada um dos países mais seguros da África para viajantes, além de politicamente estável.

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9. É fácil chegar lá por terra a partir da África do Sul

A fronteira da África do Sul com a Namíbia por terra foi a mais tranquila e sem perrengues que já atravessei fora da Europa. O processo de imigração é rápido (brasileiros não precisam de visto) e, graças a acordos bilaterais, cruzar com carro alugado é extremamente simples: basta ter uma carta da locadora (algumas cobram pela emissão, outras não), colar um adesivo com as letras ZA na parte traseira do carro (que você compra em postos de gasolina próximos à fronteira e lojas de artigos de camping) e pagar uma taxa de US$ 15. Portanto, o país é uma boa pedida de esticadinha depois de um rolê pela África do Sul. A fronteira está a 680 quilômetros da Cidade do Cabo (com vários lugares interessantes para parar pelo caminho). Para encurtar o caminho, também dá pra pegar um voo direto da Cidade do Cabo para Windhoek pela Air Namibia.

10. O país dispõe de acomodação em várias faixas de preço

A Namíbia não é um país tão amigo do mochileiro como a África do Sul. Ainda assim, há bons campings para quem realmente precisa economizar e algumas opções razoáveis na faixa intermediária (entre US$ 80 e US$ 100 por casal). Outra constatação foi a de que os lodges de luxo do país são mais acessíveis do que os de países como a África do Sul e a Namíbia.

Fim de tarde triunfal nos arredores de Sossusvlei

Fim de tarde triunfal nos arredores de Sossusvlei

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