Imagem Blog Vou Estudar Fora Por Blog Raquel Marçal ama viajar e aprender línguas e acha melhor ainda quando pode combinar os dois. Acredita que intercâmbio não tem idade e pretende continuar fazendo até os 80 anos
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O que na vida você só sentiu falta após passar um tempo longe?

Por Julia Latorre
Atualizado em 27 fev 2017, 15h34 - Publicado em 19 ago 2014, 19h07

 “Encontrei recentemente uma estudante de intercâmbio chinesa que estava vendo as estrelas pela primeira vez na vida.

Minha tia e meu tio hospedaram uma estudante de Xangai. Estávamos em Michigan, na semana passada, e a levamos para observar as constelações. A lua estava quase cheia, por isso não foi uma noite tão boa para ver as estrelas (pois o céu estava mais claro). Mesmo assim, ela ficou completamente encantada. Mesmo após termos explicado que apenas cerca de seis ou sete constelações estavam visíveis. Logo, percebi que Xangai é tão poluído que as estrelas nunca são visíveis.”

Post original

Post original

Navegando no Reddit essa semana me deparei com esse relato de um usuário, feito há mais de um ano atrás, seguido por uma pergunta: O que nessa vida você só percebeu que era privilegiado após passar um tempo longe?

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O fórum bombou, e muitas das respostas estavam relacionadas a experiências de intercâmbio (os comentários originais você encontra aqui):

“Voltando para a Nova Zelândia, após passar um ano do outro lado do mundo, percebi como tudo é verde. Se todos os edifícios, casas e estradas sumissem, tudo continuaria verde na Nova Zelândia, cheio de colinas e vegetação. Parece bobo, mas eu nunca tinha olhado ao meu redor, até passar um tempo no exterior.”

Alguém respondeu o comentário de cima:

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“Eu conheço esse sentimento, cara. Após voltar de uma cidade chinesa, eu fui caminhar e apenas me maravilhar com as plantas e tudo que sempre viveu em torno de mim.”

Viva os vaga-lumes:

“Eu sou de Sydney, Austrália, na maioria das noites há bandos de grandes morcegos voando sobre a nossa cabeça. Eu me mudei para Nova York e não há morcegos, mas vocês têm vaga-lumes, isso é muito legal.”

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Que absurdo essas pessoas que nunca viram neve (só que não):

“Eu recentemente me mudei para a Califórnia. Alguns dos meus amigos nunca viram neve!”

Mais um sobre neve:

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“Sou um europeu e estou vivendo na Austrália. Surpreende-me que 90% dos meus amigos aqui nunca tenha visto neve.”

E agora, o mar:

“Como um Australiano, me deixa louco saber que existem pessoas que nunca viram o mar.”

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Enquanto nós sentimos falta do arroz e feijão:

“Cara, eu recentemente voltei para a Alemanha e a primeira coisa que eu quis foi pão de verdade. A segunda coisa? Apfelschore (um refrigerante popular na Alemanha)!”

E por aí continua, uma avalanche de comentários no mundo virtual, uma belíssima e divertida troca de experiências e descobertas sobre morar um tempo fora e valorizar o novo e o velho.

Os comentários acima expostos mostram que muito mais do que aprender um novo idioma ou dar aquela embelezada no currículo, passar um tempo fora ensina a enxergar e compreender, por meio do inusitado, o olhar do outro. É livrar-se de amarras culturais e entender que assim como tem gente que nunca viu a neve, outros nunca viram o mar. E isso não é um absurdo. Gente que toma sorvete no calor, gente que acha que combina mais com frio. Os que se encantam com vagalumes. Os que conseguem adaptar o paladar a um novo tempero, o que não impede de sentir saudade e amar o tempero de casa.

Não venho por meio deste humilde post tentar ser poética, ou algo do tipo. Só estou tentando listar um motivo para estudar fora que pode ser um tanto quanto abstrato para ser retratado com adjetivos, experiências revelam mais.

Vamos continuar essa troca de experiências. Já passou um tempão longe de casa e voltou com uma percepção diferente? Como foi? O que você mais sentiria falta na sua rotina? Conte abaixo nos comentários. :)

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