Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Como não entrar em roubada nas Ramblas de Barcelona

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h02 - Publicado em 15 set 2009, 08h09

Foto antiga do Café de L’Òpera (divulgação): um clássico para um drinque com dignidade

Não é de hoje que os leitores deste blog se queixam da falta de segurança das Ramblas de Barcelona e que contam histórias desagradáveis. Aproveitando que o sexo, drogas e carteiras voadoras num dos principais cartões postais da cidade é o assunto do momento por aqui (veja mais sobre o assunto clicando aqui), aqui vai um pequeno manual de sobrevivência com medidas de segurança e também contra os micos endêmicos da região:

1. Evite a área depois das 10 da noite. Isso não significa que você não possa eventualmente passar por lá no caminho de algum bar no Raval ou no Bairro Gótico. Calma, a situação não é assim tão crítica. Basta ficar atento, não dar conversa para estranhos e não ficar passeando de bobeira – mesmo porque à noite não há estátuas vivas, pintores, etc. A área baixa da Rambla, tocando o monumento do Colón, é particularmente trash.

2. Os rapazes devem redobrar os cuidados, já que as prostitutas (clique aqui para ver a reportagem do El Pais, com fotos de sexo explícito no meio da rua) costumam avançar, literalmente (elas estão temporariamente afastadas da área por causa da pressão policial, mas algo me diz que uma vez que os Mossos d’Esquadra partam em retirada, a festa do caqui voltará com força). Mão bobas “lá” são uma constante, e de “lá” para o bolso é um pulinho. Mais uma vez, repito: não é nada de outro planeta, basta ficar esperto e cortar o assédio pela raiz. Elas certamente não gostam de perder tempo pegando no peru de quem deixa claro que não vai render uns trocados mais tarde.

3. Nunca, jamás, ande com a carteira no bolso de trás, com objetos de valor na mochila, com a bolsa aberta e/ou descuidada, etc. Enfim, esqueça que você está no primeiro mundo e comporte-se como se estivesse no Brasil. Os batedores de carteira estão sempre à espera de uma distração ou uma aglomeração (e nas Ramblas isso tem de sobra).

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4. Saiba que os restaurantes das Ramblas, com mesinhas no calçadão, são invariavelmente caros e de qualidade duvidosa. Evite-os a todo custo. Tomar uma jarra de sangria vagabunda sentado nas Ramblas vale um Oscar de turista desavisado.

5. Anote essa: o único lugar onde se come bem e barato  nas Ramblas é o sempre lotado Viena, que fica aberto até tarde. Fast food não é o forte dos espanhóis. Mas segundo o jornalista Mark Bittman, do jornal New York Times, foi aqui que ele comeu o melhor  sanduíche de sua vida. Exageros à parte, o lugar é bom mesmo.

6. Não se hospede nas Ramblas. Com raras exceções (alguns leitores me falaram muito bem do apart-hotel Citadines, por exemplo), a maioria dos hotéis e pensões são descuidados e caros. Prefira as ruazinhas ao redor, mais tranqüilas e com melhores opções.

7. Evite fazer compras por ali. Com exceções de redes como Desigual e H&M, que têm lojas grandes por ali e não alteram os preços, as demais lojas são caras e os produtos falsificados (principalmente camisetas de times!) abundam.

8. Show de flamenco nas Ramblas? Hahahah. A menos que Sara Baras ou Rafael Amargo estejam em cartaz no majestoso teatro do Liceu, nem pense nisso.

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9. Tenha a santa paciência e não entre nos Irish Pubs das Ramblas, a menos que você ache suuuper legal compartilhar baldes de cervejas com cambadas de ogros britânicos vestidos de mulher em despedidas de solteiro. Barcelona tem milhares de bares e baladas incríveis e muitos estão a poucos passos dali, nos bairros do Raval e no Gótico.

10. Quer tomar um drinque por lá com dignidade? Então vá ao clássico Café de L’Òpera, aberto desde 1929, ou ao Zurich, já na praça Catalunya, outro tradicional ponto de encontro no centro.

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As táticas dos batedores de carteira

Afinal de contas, o bairro do Raval é seguro?

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