Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Como sobreviver aos bares e restaurantes excelentes de Barcelona que vivem lotados (e não fazem reserva)

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h09 - Publicado em 3 set 2008, 17h09

Restaurante que não faz reserva é irritante. Mas uma coisa é certa: quando um lugar tem auto-confiança para bancar o difícil, é porque a comida é muito boa. Afinal de contas, ninguém gosta de amargar uma fila em vão. Alguns bares e restaurantes fantásticos de Barcelona são assim. Mas, com alguma manha, você conseguirá o seu objetivo – um prato de comida – sem passar muito aperto.

Tapaç 24: É o bar de tapas do Carles Abellan, um discípulo do Ferran Adrià que faz o maior sucesso com a sua casa principal, o Comerç 24 (clique aqui para ver o meu post sobre o jantar lá). A Alexandra Forbes, do Boa Vida, que entende do assunto como ninguém, vive falando maravilhas de lá (clique aqui para ver um por dela sobre o assunto). Só que o diabo do lugar lota de segunda a segunda. E as filas saem porta afora, sem que os pacientes candidatos a cliente possam tomar nem uma cervejinha para esperar o tempo passar.
O ANTÍDOTO: Ahá! Mas o bar funciona das 8 da matina à meia-noite. Então basta chegar num horário “estranho”, tipo seis da tarde, onze da manhã… e você terá livre acesso a uma das mesinhas da calçada ou a um cantinho no balcão. Mate o café-da-manhã, adie o almoço, vire-se! O Tapaç vale a pena!

Kibuka: É o meu japa preferido na cidade. Sim, meu e da torcida do Barça. Na semana passada, numa tentativa de jantar numa reles terça-feira, cheguei a pensar que o lugar estava em meio a um incêndio, tamanha a quantidade de gente que havia na porta, no meio da rua. Não tive coragem nem de perguntar em quanto tempo estava a espera. O segredo do sucesso do Kibuka é o seu toque brasileiro. Todos os sushimen são nossos conterrâneos. E na sobremesa tem até brigadeiro.
O ANTÍDOTO: O Kibuka só faz reserva para grupos de 8. Caso você não consiga reunir a patota, reserve uma daquelas noites em que não há pressa. Daí você deixa o seu nome na lista, e toma um chopinho em um dos N restaurantes das pracinhas lá por perto, em Grãcia, que são o máximo. No fim, o programa acaba sendo completo e ainda mais divertido.

Cervecería Catalana (Mallorca, 236. Entre Rambla de Catalunya e Balmes, +34
93 216 03 68): é um dos bares de tapas mais tradicionais da cidade, recomendado por locais de 20 a 80 anos. Demorei milênios para provar, porque tinha meda da muvuca que via já na calçada a cada vez que passava por lá. Mas depois que tomei coragem, viciei. Tudo é perfeito: os croquetes, os pimientos del padrón, as bravas… E no meio daquele caos, o serviço é rápido e gentil. Maravilha!
O ANTÍDOTO: Conseguir uma mesa é un palo, como eles dizem por aqui. As filas costumam ser intermináveis. Mas para pedir comidinhas direto no bar, não é preciso deixar o seu nome e esperar lugar formalmente. É na base do cotovelo. Como pouca gente sabe disso, o povo fica meio tímido e não chega a se formar uma muvuca impenetrável perto do balcão, principalmente lá no fundinho. Daí basta encostar em alguém com cara de “estou indo embora”, já começar a pedir uma coisinha ou outra em pé mesmo e depois de um tempo, correr para o abraço. Não falha!

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