Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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O barato de alugar uma casa rural na Espanha

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h09 - Publicado em 25 set 2008, 10h09


Visual da varanda de um dos 3 apartamentos da casa Sanz e a piscina lá embaixo

Foi o tipo de coisa que, se não tivesse sido a idéia de um espanhol que conhece MUITO bem o seu país, eu jamais teria conhecido. Seguindo cega e bovinamente as sugestões do Javi, o namorado basco da minha amiga Paulets, recém incorporado à turma, um grupo de amigos e eu alugamos uma casa esplêndida no micro vilarejo de Asque. E micro não é exagero. Asque tem 8 habitantes – 5 de uma família e três da outra. Triplicamos a população durante um feliz fim de semana.


Javi conversando com nossos anfitriões, da família de David

A idéia era alugar uma casa numa posição estratégica para que pudéssemos praticar o barranquismo, um esporte radical que consiste em cruzar um canyon por dentro do rio, vencendo obstáculos como cachoeiras, cavernas, etc (mais detalhes sobre a epopéia mais desafiadora da minha vida no próximo post).


A casa Sants

Mas o tipo de hospedagem resultou ser umas mil vezes mais interessante do que eu esperava. Um novo mundo se abriu. Por mim, passaria todos os meus finais de semana daqui pra frente numa casa rural. E, se possível, naquela.

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Vista da janela: paz infinita (vocês não imaginam o amanhecer!)

De Barcelona a Asque, são 250 quilômetros e a viagem demora umas três horas, se o sujeito não se perder – o que é uma possibilidade latente. Os momentos finais da estrada, já passando por cima dos canyons da Sierra de Guara (as imagens da Sierra eu mostro no próximo post!), e cruzando vilarejos medievais cercados por colinas rochosas altíssimas e coloridas, vale o programa. Asque fica mais ou menos perto de Huesca, nos pré-Pirineus. Ou seja, já na subida das majestosas montanhas que separam a Espanha da França.


Mais vista da janela

Veja o mapa:

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Com isso, já dá pra imaginar o quão magnífica é a região. E como se não bastasse, todas essas vilas paradas no tempo e encarrapitadas na montanha são cercadas por lindos vinhedos, que desenham formas geométricas aos pés de cada colina. É o território da denominação de origem Somontano. Sim, é isso mesmo que você está pensando: dá pra passar o dia visitando vinícolas, degustando um vinhozinho e curtindo o visual.

Chegamos na casa Sanz numa tarde da sexta-feira, dia 13 de setembro. A casa foi onde o dono, David, nasceu. E hoje em dia foi repartida em 3 apartamentos deliciosos, novinhos em folha, decorados com móveis de madeira. Todos têm varandas enormes com vista para as montanhas. Na área comum, churrasqueira, pomar, jacuzzi e uma piscina cinematográfica com vista para o vale. Em cima da mesa, nos esperava um pote de mel biológico de flor de alecrim. A família de David, além de criar cordeiros, também tem tradição de gerações na apicultura.


A lenha esperando o cordeiro

O fogo para a churrasqueira era lenha perfumada, cortada ali ao lado e reposta ininterruptamente pelo dono da casa. Tínhamos levado nosso estoque tiranossáurico de carnes argentinas. Mesmo assim, não resistimos à oferta.

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Mané, o cão, teve um fim de semana de rei: a casa aceita cachorros

David matou um cordeiro – que passou a vida pastando ervas aromáticas – e o preparou à lenha, enquanto trocávamos idéias interessantíssimas sobre a agricultura biológica e a vida no campo sob um céu estreladíssimo (a conta: 7 euros por quilo, incluindo toda a costela, o néctar. Mais barato que o cordeiro biônico que compramos nos açougues islâmicos do bairro do Raval!) .


Um tomate biológico gigante comparado ao tomate que tínhamos levado

Para acompanhar, pão caseiro fabricado por um padeiro do vilarejo vizinho, Colungo (é preciso perguntar quem é o padeiro e tocar a campainha da sua casa), tomates e alecrim colhidos do jardim.


A lavanda se encarrega de perfumar o ar

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Foi sem dúvida o melhor cordeiro de nossas vidas. Tanto que pedimos mais um bichinho para levar (um quarto do animal jaze no meu refrigerador à espera de que o tempo melhore para que possa assá-lo na churrasqueira).


Ooooo vidão, despedida do verão

A essas alturas, você provavelmente já está de malas prontas para Asque, não?

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Pois saiba que, além de tudo, o pueblo é vizinho a Alquézar, uma cidade medieval impecável, preciosamente conservada, e debruçada sobre os barrancos do rio Vero.

Ou seja, no camarote da Sierra de Guara. Fazendo uma analogia com o Brasil, é mais ou menos como se uma cidadezinha medieval preservada como uma jóia rara estivesse ali no meio da Chapada Diamantina.

Eu JURO que não estou exagerando.

Detalhe: uma noite na casa Sants custa em media 20 euros (55 reais!) por pessoa.

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