Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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O primeiro voo num A380 (o maior avião comercial da história) a gente nunca esquece

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h40 - Publicado em 19 jan 2014, 17h42

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Cheguei a Joanesburgo, via Paris,  a bordo de um exemplar do todo-poderoso A380. Para quem não sabe, o modelo apelidado de “superjumbo” é a maior aeronave comercial da história e, dependendo da configuração de seu interior, pode ter capacidade para até 845 passageiros. Com 72,5 metros de comprimento e 79,80 de envergadura, o gigante de dois andares foi lançado em 2007 e, atualmente, há 122 unidades voando pelo mundo. Por causa de problemas de infraestrutura dos nossos ridículos aeroportos (ah, jura?), o A380 ainda não opera nas rotas para o Brasil. Se tudo der certo, o colosso deve entrar em operação em terras tupiniquins em maio de 2014, pra fazer bonito na Copa.

Que diferença faz, para um passageiro, estar a bordo de um A380? No meu caso, o avião da Air France tinha capacidade para 516 passageiros — ou seja, bem menos do que pode chegar a comportar. “Uau! Quanto espaço!”, você há de pensar. De fato, a primeira classe, no andar inferior, é sensacional. Seus 9 assentos high-tech têm isolamentos arredondados e há muito espaço entre um e outro. A executiva, no andar superior, também é de ponta, com corredores duplos separando a fileira do meio das duas laterais — cada uma com dois assentos, somando 80 no total, divididos em dois “salões”.

Na vida real, na ralé da econômica, a vida continua a não estar fácil pra ninguém. Para não ser chata, vou começar pelos pontos positivos. O avião é mesmo moderníssimo, com um design espetacular. A iluminação indireta da cabine vai mudando de cor ao longo da viagem. Em certos momentos, emitia raios avermelhados. Em outros, tinha um tom azulado. No banheiro, a temperatura da água da torneira é controlada de forma digital. A TV de bordo (individual) é bem parecida com a de outros aviões da Air France, mas o controle é um pouco mais moderno e a tela táctil funciona bem. A poltrona é ergonômica e confortável, com abas no apoiador de cabeça que podem ser ajustadas para que você mantenha o pescoço firme enquanto dorme (algo que vários aviões têm, mas que nem sempre funciona como deve). Mas, ao contrário do que você pode supor, não há mais espaço entre as poltronas do que o mínimo necessário para a sua sobrevivência: numa lata de sardinhas maior, há mais sardinhas ao invés de mais conforto para elas, com uma fila de 4 assentos entre outras duas de 3 lugares, divididas em N compartimentos. Olhando do início do corredor para o fundo do avião, a sensação é que o bichão mede quilômetros.

Você terá consciência do tamanho do monstro ao vê-lo estacionado no terminal e, claro, ao embarcar. Pelo menos no caso da Air France no aeroporto Charles de Gaulles, há uma infraestrutura mais robusta para receber a multidão de passageiros, com vários balcões para checar os cartões e documentos, e dois túneis de embarque. Ainda assim, escoar a malta demorou bem mais do que o normal. O mesmo funil acontece na hora em que o batalhão chega ao aeroporto de destino e precisa passar pela imigração (imagina em GRU!!!) – por essas e outras, descolar um lugarzinho na parte da frente do avião não é má ideia. Por fim, foi preciso encarar mais uma demorinha na hora de pegar a bagagem. Ainda que a esteira já estivesse rodando quando chegamos ao saguão, a absurda quantidade de malas demanda mais paciência (a minha foi das últimas, claro).

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Menos é mais? Tire as suas próprias conclusões.

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