Continua após publicidade

Férias frustradas – VT 195

Luiz teve o nome inscrito no SPC e no Serasa e não foi avisado. Carlos quis curtir um parque temático, mas as regras haviam mudado

Por Fabrício Brasiliense (edição)
Atualizado em 16 dez 2016, 08h56 - Publicado em 5 jan 2012, 18h13

 

No último fim de semana de outubro de 2011, fui comprar um celular, mas a operadora não quis me vender, alegando que meu nome estava no Serasa e no SPC. Depois que tive o mesmo problema em uma segunda operadora, fui pessoalmente aos dois órgãos de proteção ao crédito e descobri que se tratava de uma dívida de R$ 78,32 à Unidas, resultado de uma multa de trânsito em julho de 2009. Como costumo alugar carros dessa empresa, acredito ser responsável pela infração e já estou tomando as providências para quitar a dívida. Mas, se a empresa possui todos os meus dados, por que não entrou em contato comigo antes de sujar o meu nome? — Luiz Becker, Brasília, DF

Cinco dias após enviarmos o relato para a assessoria de imprensa da unidas, a empresa respondeu tanto à VT quanto ao leitor dizendo que a multa já havia sido paga e que o nome de Luiz não constava mais no cadastro dos órgãos de proteção ao crédito. A explicação que o leitor buscava era outra: “minha reclamação em nada se refere a existir ou não um débito em meu nome, uma vez que admiti, desde o primeiro instante, que a multa poderia ser minha. Meu questionamento se refere ao fato de a Unidas, apesar de ter todos os meus dados, em nenhum momento ter me procurado. Simplesmente optou por me inscrever no Serasa e no SPC. É contra esse ato unilateral de difamação, que me causou constrangimentos, que estou buscando os devidos esclarecimentos”. 

José Luiz Pereira, do departamento jurídico da Unidas, afirmou que um boleto foi encaminhado a Luiz Becker pelo correio na ocasião da multa, mas que a empresa não mantinha registro do envio. Segundo Luciana Atheniense, especialista em direito do turismo, o que está em jogo, neste caso, é a obrigação da empresa de notificar e do consumidor de pagar. “A Unidas deveria ter insistido no contato formal. O inciso 2º do artigo 43 do Código de Defesa do Consumidor determina que a abertura de cadastros do consumidor deve ser notificada por escrito, como forma de respeitar o direito de garantia da dignidade da pessoa e para que ela tenha a chance de quitar a dívida”, diz a advogada.

Como o leitor ficou inscrito nas entidades por quase dois anos sem saber, a advogada acredita que existe uma possibilidade de pleitear uma indenização por danos morais caso se comprove que a empresa não comunicou a ele por escrito sobre a multa e se levou mais de cinco dias úteis para retirar o nome de Luiz do Serasa e do SPC após o pagamento da infração.

Continua após a publicidade

Nos últimos seis anos eu e um grupo de 20 amigos viajamos de Curitiba a São Paulo especialmente para o evento Hora do Horror, do Hopi Hari, e sempre saímos satisfeitos. Mas a edição de 2011 foi diferente. Compramos as entradas por telefone e nos foi dado um desconto de 20%. Na bilheteria, descobrimos que o desconto para quem fosse correntista do banco no qual praticamente toda a turma tinha conta era de 50%, mas não poderíamos trocar os ingressos. Na hora de passar pela catraca, alegaram que nosso voucher já havia sido utilizado. Demorou quase uma hora para nos liberarem. O mesmo problema aconteceu quando fomos ao simulador de voo Hadikali e tivemos de esperar mais uma hora. Na sequência, compramos o passe Fura-Fila, que nos outros anos fez o nosso tempo de espera nos brinquedos ficar bem mais curto. Só depois de comprá-lo é que descobrimos que havia horário predeterminado para ser utilizado. E, se quiséssemos usá-lo após as 18 horas, deveríamos comprar outro passe. — Carlos Fernandes, Curitiba, Pr

Raquel Lima, gerente de comunicação do Hopi Hari, respondeu pontualmente às queixas de Carlos. Ela confirmou que o menor desconto praticado é em compras antecipadas pela internet ou pelo telefone, mas que o parque não tem ingerência nas ofertas realizadas por outras empresas – ainda que essas condições sejam melhores. Sobre os problemas que os visitantes tiveram com os vouchers para entrar no parque e acessar os brinquedos, a gerente afirma que são casos isolados.

Carlos e os amigos são habitués da Hora do Horror, mas não imaginaram que pudesse ter havido alterações nas regras no uso do passe Fura-Fila, como de fato ocorreu. Raquel explicou que o Fura-Fila passou por mudanças a fim de atender a uma solicitação dos visitantes e seguir o modelo de outros parques pelo mundo. “Antes realmente não havia hora determinada nas atrações. Mas agora a comodidade é maior”, diz ela. Além dessa mudança, para a ocasião da Hora do Horror foi criado um passe Fura-Fila especial, o infectado VIP, que permitia acesso a alguns brinquedos exclusivos da Hora do Horror após às 6 da tarde. Em outras palavras, por desinformação, Carlos e os amigos acabaram adquirindo o Fura-Fila errado.

Em contato com o leitor, a equipe do Hopi Hari lamentou o ocorrido e convidou Carlos e os amigos a retornarem sem custo em outra ocasião. O leitor ficou satisfeito com as explicações e já marcou o retorno ao parque com sua trupe neste mês de janeiro.

Continua após a publicidade

Envie sua história a ferias.frustradas@abril.com.br. Dê detalhes e anexe documentos. Os casos serão resolvidos apenas nesta seção

Leia mais:

Janeiro de 2012 – Edição 195

Publicidade