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God save the princess

Kate Middleton é a nova integrante da realeza britânica, que volta a seus dias de glória: conheça seus palácios, clubes, parques e lojas preferidos

Por Ilana Rehavia
Atualizado em 14 dez 2016, 11h58 - Publicado em 17 set 2011, 18h01

Nada como o casamento de um príncipe jovem e simpático com uma plebeia adorável e midiática para conferir um ar de frescor à família real, renovar o interesse na tradição britânica e dar uma bem-vinda turbinada no turismo. O casamento do príncipe britânico William com a ex-vendedora Kate Middleton no próximo dia 29 de abril causa excitação comparável à do próprio enlace de Charles, pai de William, com Lady Di, há 30 anos.

O conto de fadas faz bem às burras reais – e às do Reino Unido. A organização Visit London, órgão oficial de turismo da capital britânica, estima em 1,1 milhão o número de turistas atraídos pelo casamento. Ou £ 50 milhões (R$ 134 milhões) a mais para Londres. E os efeitos positivos devem continuar a ser sentidos bem depois do 29 de abril. O ano seguinte à união de Charles e Diana, por exemplo, viu um aumento no fluxo turístico de 184 mil visitantes. E no engagement de Andrew e Sarah Ferguson, em 1986, foram 1,7 milhão de novos turistas. Numa pesquisa da Visit London, 87% dos visitantes estrangeiros citaram a história e a tradição britânicas como razões para a decisão sobre a escolha do Reino Unido. Se você também quer curtir um pouco dessa atmosfera mas não pretende ser um dos 2,5 bilhões de pessoas atrás da TV no grande dia, conheça alguns lugares reais, realíssimos em Londres e imediações, que voltam à voga agora. E que você pode visitar.

Westminster

Cenário de filmes como o recente O Discurso do Rei, a Abadia de Westminster (20 Dean’s Yard, 44-20/7222-5152, www.westminster-abbey.org; 2ª/3ª 9h30/16h30, 4ª 9h30/19h, 5ª/6ª 9h30/16h30, sáb 9h30/14h30; £ 16) é central na vida da realeza britânica, do batizado ao enterro, passando por casamentos como o de William e Kate. Mais simbólico ainda, ali foram coroados todos os reis e rainhas britânicos desde William, o Conquistador, em 1066. Sim, 1066. As exceções foram Eduardo V e Eduardo VIII. A abadia não tem a importância religiosa da Catedral de St. Paul justamente por suas funções reais. O lugar é também um panteão do império. No local estão enterrados reis, rainhas e escritores. Nomes da literatura como Charles Dickens, T.S. Eliot, Jane Austen e as irmãs Brontë estão sepultados no que é hoje conhecido como a Esquina dos Poetas; Isaac Newton e Charles Darwin estão entre os luminares da ciência sepultados ali. Com tudo isso, a abadia também serve aos plebeus. Lá são celebradas prosaicas comunhões e vésperas. E é durante os serviços religiosos, e não quando está tomada por hordas de turistas, que a abadia ganha vida. Vale a pena assistir a uma missa anglicana – a religião “própria” que Henrique VIII criou em razão de um cisma com o papa. Programe a visita para coincidir com um dos recitais dominicais às 17h45 no imponente órgão Harrison and Harrison.

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St. James’s Park

A fachada do Palácio de Buckingham, o principal palácio de St. James’s Park (44-20/7451-9999; 5h/0h), no Centro de Londres, pode não ser das mais impressionantes se comparada à do Palácio de Versailles ou à de Schönbrunn, em Viena. Mas ande até o parque e olhe de novo. Visto através das árvores, Buckingham ganha um ar diferente.

Parte da rota do cortejo nupcial de 29 de abril, nos outros 364 dias do ano, são os pássaros e turistas que dominam o cenário em St. James’s. No calor, os gramados são tomados por toalhas e cestas de piquenique, onde não podem faltar cidra e Pimm’s, um licor de frutas bastante popular na cidade. As pequenas colinas e a ponte que passa sobre a água são os melhores pontos para deixar o tempo passar observando patos, gansos, cisnes e pelicanos. Os pelicanos, aliás, são alimentados entre as 14h30 e as 15h30, e essa refeição é fascinante de assistir. Olhos abertos também para vislumbres do dia a dia dos bastidores da monarquia. Um guarda real à paisana que passa carregando o uniforme em uma sacola de lavanderia é um lembrete de que príncipes e princesas vivem a poucos metros dali.

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Palácio de Buckingham

O policial armado de metralhadora que divide com a cavalaria real a fachada do Palácio de Buckingham (St. Margarets Street, 44-20/7930-4832; 9h45/18h30; £ 17,50) tira o charme da residência oficial de Elizabeth II. Precaução compreensível nos tempos de hoje. Dentro, o castelo continua fiel ao estilo aristocrático da família real. E as portas não se abrem apenas para os privilegiados convidados dos famosos chás da rainha. Basta agendar uma visita nos meses de julho a outubro. Durante esse período, é possível percorrer as 19 salas conhecidas como State rooms, onde acontecem banquetes e recepções, tais como a festa de casamento de William e Kate. A mesa posta como se esperasse um banquete real dá aos visitantes uma ideia do luxo das festas. A rainha, no entanto, não faz parte do pacote, já que aproveita os meses de visitação turística para passar sua temporada anual na Escócia. Não é possível, infelizmente, visitar os outros 756 aposentos do palácio.

Clarence House

Não é coincidência a escolha da Clarence House (Stable Yard Road, 44-20/7766-7303; agosto/setembro: 10h/16h; £ 8,50) para ser a última – e mais intimista – etapa das comemorações do casamento. Residência oficial do príncipe Charles, de William e do irmão, Harry, a casa mantém boa parte do aconchego criado por sua moradora anterior: a doce Elizabeth, a rainha-mãe. Muitos dos móveis e quadros seguem do jeito que estavam quando de sua morte, em 2002. A casa abre as portas aos turistas em agosto e no início de setembro. As cinco salas do andar térreo, as únicas visitáveis, são normalmente usadas para compromissos oficiais, mas mesmo assim revelam um pouco do estilo de vida dos habitantes das alas residenciais da mansão.

Ascot

Com uma rainha apaixonada por cavalos e príncipes que arrasam no polo, o circuito de corrida de Ascot, a 50 quilômetros do Centro de Londres (trens partem da estação Waterloo), é capital na vida da família real. O Royal Ascot, neste ano de 14 a 18 de junho, é um dos eventos preferidos de Elizabeth II. Trata-se, na essência, de uma corrida de cavalos mas com tudo o que isso significa para a aristocracia e a tradição britânicas. É nesse playground entre jóqueis e puros-sangues que ano após ano acontecem tramas dignas de novela. “Namorada do príncipe esnoba rainha” e “Família plebeia de Kate é finalmente aceita pela família real” foram algumas das manchetes produzidas em Ascot que causaram frisson nos tabloides ingleses. Para você ver como esse casamento é aguardado.

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Os elaborados e muitas vezes ridículos chapéus usados no dia do Royal Ascot dedicado às mulheres, o Lady’s Day, costumam fazer a alegria dos editores. Sem o mesmo glamour da semana dourada de junho, Ascot tem eventos e corridas de cavalo também durante o resto do ano.

Os cavalos da rainha

Pouca gente sabe, mas é possível visitar a cavalariça real, o Royal Mews (13 Buckingham Palace Road, 44-20/7766-7302, www.royalcollection.org.uk; 10h/17h; £ 8), onde ficam as carruagens e os cavalos que transportam a monarquia em ocasiões especiais. A joia da coleção é a carruagem de vidro, imortalizada no imaginário romântico por ter conduzido a princesa Diana ao altar. E a espetacular carruagem de ouro, reservada para coroações e jubileus. Lá também ficam as limusines do dia a dia duro da corte, das marcas Bentleys e Rolls-Royce. Os funcionários parecem saídos de um filme de animação. Cabelos perfeitamente brancos, bochechas rosadas, eles têm presença e porte dignos de cavaleiros imperiais. Quem puxa conversa com eles ganha dicas. Martin, que me recebeu na visita, informou que o melhor horário para ver a carruagem Brougham é às 14 horas, quando ela leva a correspondência entre os palácios de Buckingham e St. James. Todos fazem questão de dar mostras de sua diligência. “Como não sabemos ainda qual a carruagem escolhida para levar William e a senhorita Middleton no cortejo nupcial, decidimos polir todas elas.” Quanto aos cavalos, como é de esperar, são imponentes e limpíssimos. Na elite da cavalariça figuram Storm (Tempestade), Pearl (Pérola) e Cloud (Nuvem).

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Craze Kate

Com a preferência de Kate Middleton pela chamada moda high street – as marcas de preço mais acessível das lojas das ruas comerciais -, nunca foi tão fácil reproduzir o estilo de uma futura princesa. Peças usadas publicamente pela morena somem quase instantaneamente das prateleiras e geram clones mais em conta. Um roteiro inspirado na “moda Kate” não pode deixar de incluir a Jigsaw (6 Duke of York Square, 44-20/7730-4404), loja onde ela trabalhou como compradora do departamento de acessórios antes de os compromissos e a fama de namorada oficial impossibilitarem uma vida normal. A marca é conhecida por suas roupas de cores neutras, ao mesmo tempo clássicas e confortáveis, mas que não chegam a ser conservadoras. Exatamente como o estilo de Kate.

A melhor pedida é visitar a bela flagship (loja conceito) da marca, no coração da badalada King’s Road. Instalada em uma antiga capela, manteve a atmosfera original com escadarias e lustres imponentes. Ainda na King’s, outra parada obrigatória é a Reiss (114, 44-20/7225-4900), grife responsável pelo vestido creme escolhido para o ensaio fotográfico oficial dos noivos, clicado pelo peruano Mario Testino.

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Na peregrinação fashion deve entrar ainda uma das lojas de departamentos que vendem as peças da Issa, marca da estilista brasileira Daniella Helayel. Assim como a centenária Harrods (87-135 Brompton Road), de não tão boas memórias ligadas à princesa famosa anterior. É da Issa o vestido azul usado por Kate no anúncio do noivado. Para evitar decepções, já avisamos que os dois vestidos já desapareceram faz muito tempo das araras.

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